A crise dos chips semicondutores está impactando seriamente o mercado de equipamentos eletrônicos e automobilístico e diversas empresas estão com dificuldades para contornar o problema e manter a produção de produtos.
Mesmo diante deste cenário preocupante, a AMD, empresa fabricante de componentes eletrônicos com processadores e chipsets de vídeo, parece ter encontrado uma maneira de driblar a escassez de chips. A empresa anunciou nos últimos dias que está melhor preparada para o quarto trimestre do que os concorrentes, como a Intel, que estão sofrendo mais com a baixa oferta no mercado.
A AMD projeta um crescimento de 39% no quarto trimestre, enquanto a Intel previu que sua receita permaneça estável durante o mesmo período. A executiva chefe da AMD, Lisa Su, projeta que a venda de seus produtos aumente ao passo em que a demanda de chips para console fabricados por Sony e Microsoft cresça. Embora as projeções de AMD e Intel sejam bem diferentes, ambas as empresas estão sendo afetadas pela mesma tendência de aumento na demanda de produtos
O chip semicondutor pode ser utilizado como isolante ou condutor de eletricidade e é essencial para a produção de componentes eletrônicos. A indústria automobilística é a mais afetada pela escassez dos chips, sendo que só em 2021 deve perder cerca de R$ 110 bilhões por conta da crise. No Brasil, a Volkswagen chegou a interromper a produção por vários dias do Paraná e nos municípios de São Bernardo em Taubaté em São Paulo.
A alta demanda de chips semicondutores eleva seus preços e consequentemente o preço de aparelhos eletrônicos. Não existe apenas uma motivo causador da crise, que é ocasionada por vários fatores tais como o aumento da demanda de produtos eletrônicos, como computadores, tablets e smartphones durante a pandemia, a escassez de água, essencial na produção dos semicondutores, devido a uma enorme seca em Taiwan, um dos maiores produtores de chips do mundo e um erro nas projeções de empresas fabricantes de eletrônicos que fez com que armazenassem grandes volumes de chip pela incerteza gerada pelo coronavírus.
Infelizmente esta crise não é fácil de resolver e não deve terminar tão cedo, alguns especialistas alertam que a escassez de chips não acabe antes de 2022. O fato da produção dos semicondultores ser muito centrada em Taiwan é um problema, já que qualquer obstáculo que as fabricantes do país asiático enfrentarem pode impactar o mercado de eletrônicos e automobilístico em escala global.