Análise do asteroide Ryugu encontra moléculas mais antigas que o Sol

O asteroide Ryugu parece ter se formado em um corpo celeste composto por água líquida; saiba mais detalhes
Asteroide Ryugu
Imagem: JAXA, University of Tokyo, Kochi University, Rikkyo University, Nagoya University, Chiba Institute of Technology, Meiji University, University of Aizu and AIST/Reprodução

Entre 2018 e 2019, a sonda japonesa Hayabusa-2 dedicou seus dias no espaço a explorar o asteroide Ryugu. Ela fez dois pousos no pedregulho durante esse período, coletando amostras e retornando à Terra em seguida. 

Desde dezembro de 2020, os astrônomos têm a chance de observar de perto os fragmentos de rocha espacial. A cada nova olhada, uma nova informação é exposta. 

Dois estudos recém publicados na revista Nature focaram na matéria orgânica macromolecular em Ryugu, tendo como objetivo o estudo de sua composição. Cetonas, carbono aromático e alifático e grupos funcionais carboxila são algumas dessas macromoleculas presentes no asteroide.

A grande variedade parece estar relacionada a minerais hidratados e carbonatos. Tal fator leva os cientistas a acreditar que o pedregulho se formou em um corpo celeste que tinha água líquida, o que foi capaz de alterar sua composição.

Mas isso não é tudo. A equipe também analisou deutério e nitrogênio-15 encontrados na pedra e perceberam que a matéria orgânica de Ryugu era mais velha até mesmo que o Sol!

O segundo estudo focou nas moléculas orgânicas solúveis em água. Dessa forma, os pesquisadores encontraram aminas alifáticas, ácidos carboxílicos e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos.

Também foram detectados os famosos aminoácidos, considerados os blocos de construção da vida. No entanto, o último trabalho mostrou que a origem dessas moléculas não está relacionada a organismos vivos, mas sim que elas foram formadas pelas reações à base de água no corpo que originou Ryugu. 

Também foram detectadas semelhanças entre Ryugu e o meteorito Ivuna, que pertence a um subgrupo raro de asteroides ricos em carbono. Os estudos deixam claro a importância de trazer amostras de fora para serem analisadas em laboratórios na Terra, já que os estudos diretamente do espaço não permitem a obtenção de alguns dados complexos.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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