A formação dos anéis de Saturno é contemporânea à existência dos dinossauros na Terra, mostraram novos estudos publicados durante este mês de maio. Os cientistas estão cada vez mais perto de consolidar a descoberta e já estimam quando esses anéis deixarão de existir.
Os dinossauros viveram na Terra entre 231 milhões e 65 milhões de anos atrás. Por outro lado, os astrônomos acreditam que os anéis de Saturno não tenham mais que 100 milhões de anos. O número corresponde a apenas 2% da idade atual do astro.
A estimativa tem base no cálculo da massa dos sete anéis e em medições gravitacionais do planeta coletadas pela sonda Cassini, da NASA. Os dados foram publicados no último dia 15 de maio, em dois artigos na revista Icarus (leia aqui e aqui), e também no 12 de maio, mas na revista Science Advances.
“Se você olhar para o sistema de satélites de Saturno, há pistas de que algo dramático aconteceu lá nas últimas centenas de milhões de anos”, afirmou Richard Durisen, professor de astronomia na Universidade de Indiana e autor principal nos estudos publicados na revista Icarus.
“Se os anéis de Saturno não são tão antigos quanto o planeta, isso significa que algo aconteceu para formar sua incrível estrutura, e isso é muito emocionante”, completou ele.
A curiosidade sobre a formação dos anéis de Saturno sempre intrigou os astrônomos. Anteriormente, a hipótese era que as estruturas geladas fossem jovens, uma vez que não foi observada erosão suficiente que indique que eles são tão antigos quanto o Sistema Solar — que soma 4,6 bilhões de anos de idade. Agora, isso se confirmou.
O que há nos anéis de Saturno
A missão Cassini, que sobrevoou Saturno de 2004 a 2017, enviou vários dados sobre as estruturas saturninas. Os anéis são, em sua maioria, compostos principalmente de gelo e com uma pequena porcentagem de poeira rochosa, criada por fragmentos de asteroides e meteoros.
Esses corpos, que se parecem com grãos de areia, colidiram com os anéis de Saturno e criaram detritos flutuantes à medida que os anéis orbitam o planeta.
Nos últimos sobrevoos da sonda Cassini, os pesquisadores obtiveram dados sobre quantos meteoroides poluem os arcos, a massa dessas estruturas e a taxa de corpos celestes que giram sobre o planeta com chance de atingi-lo.
Todos os dados indicavam a jovialidade dos anéis de Saturno. O motivo: apesar da incidência de meteoróides sobre o planeta, os arcos são relativamente limpos. Isso sugere que não houve tempo o suficiente para acumular poeira cósmica por ali.
Ao mesmo tempo, porém, os anéis estavam perdendo toneladas de massa por segundo, o que indica que eles não devem existir por muito tempo. Pesquisas anteriores estimam que as estruturas de gelo podem desaparecer dentro dos próximos 100 milhões de anos.
Missões futuras a Saturno devem trazer dados sobre quais eventos criaram os anéis. Além disso, também há expectativa de descobrir porque a lua Encélado está expelindo materiais orgânicos. “Talvez possamos encontrar os blocos de construção da vida em Encélado”, pontuou Durisen.