A ESA (agência espacial europeia) e a Eumetstat (organização europeia de meteorologia) divulgaram na última segunda-feira (3) uma animação que mostra os primeiros resultados do Lightning Imager, detector de raios acoplado em um satélite meteorológico de última geração.
O sistema é o primeiro instrumento de satélite que pode detectar raios de forma contínua na Europa e na África. Ele possui quatro câmeras que capturam mil imagens por segundo. A ESA lançou o satélite Meteosat em dezembro de 2022 e recolheu imagens feitas entre 2 de junho a 6 de junho para montar a animação. Confira abaixo:
Here are the extraordinary 1st results from #MTGI1's Lightning Imager!⚡️
We can now for the first time detect lightning over Europe & Africa👏
More at: https://t.co/LPubLjF2if
Please note: These animations were created from raw preliminary data and are not for operational use. pic.twitter.com/4QWTwUA1tn— EUMETSAT (@eumetsat) July 3, 2023
O Lightning Imager é composto por quatro câmeras que cobrem a Europa, África, Oriente Médio e partes da América do Sul. O instrumento, portanto, monitora continuamente 80% do planeta com resolução espacial em torno de 10 km. Ele detecta todo tipo de raio: aqueles que ocorrem dentro de uma nuvem, entre nuvens ou que saem de uma nuvem e atingem o solo.
Onde estão os raios
A animação destaca, por exemplo, a ocorrência de raios na África Central, considerada a região com mais frequência de raios do planeta. Também podemos identificar que há muito menos relâmpagos no sul do Oceano Atlântico. Isso era esperado porque a maioria dos raios acontece sobre os continentes e principalmente durante o verão.
Você também pode perceber que há muitas tempestades no sul da Europa, que passa pela estação mais quente do ano. Segundo a Eumetstat, o restante do continente não apresenta muitos raios ou nuvens nas primeiras observações do Lightning Imager porque a região está dominada por um sistema de alta pressão desde o início de julho.
A Eumetsat afirma que mudanças abruptas na atividade dos raios geralmente precedem tempestades intensas. Por isso, detectar estes sinais de turbulência atmosférica com antecedência pode permitir o alerta precoce sobre eventos climáticos extremos – além de ajudar cientistas a compreender os processos físicos e químicos que rolam na atmosfera terrestre.