Anvisa proíbe uso de aplicativo de videoconferências Zoom em seus computadores por falhas de segurança

Após repercussão negativa de falhas de segurança do Zoom, Agência Nacional de Vigilância Sanitária proíbe uso de app em seus computadores.
Foto: Olivier Douliery/AFP/Getty Images

Com a quarentena imposta como modo de desacelerar o espalhamento do novo coronavírus, muita gente teve que recorrer a videoconferências para reuniões e até para matar a saudade dos amigos e familiares. O app Zoom teve uma alta impressionante no número de usuários, mas, junto com isso, veio um escrutínio sobre suas falhas de segurança. E isso começa a ter repercussões negativas: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu o uso da ferramenta em seus computadores.

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A decisão se justifica. Nesta segunda-feira, uma coletiva de imunologistas organizada pela Sociedade Brasileira de Imunologia foi invadida. Segundo a Folha, após 50 minutos, começaram a aparecer interferências no áudio e imagens nazistas.

Essa prática é conhecida como “zoombombing”: como o Zoom cria videoconferências em que só é necessário clicar no link para entrar e participar, invasores entram em reuniões para “trollar” e transmitir pornografia, insultos raciais ou, como foi o caso, imagens de cunho nazista. Isso se tornou um problema tão grave nos EUA que até o FBI se manifestou sobre o assunto.

A Anvisa também não está sozinha nesta decisão. Antes dela, a cidade de Nova York proibiu o uso do app por escolas e estudantes após invasões de pornografia. A SpaceX, empresa privada de exploração espacial que tem Elon Musk como CEO, também baniu o uso da ferramenta.

A Zoom teve um aumento expressivo de usuários no último mês. A ferramenta, que tinha 10 milhões de usuários ativos diários em dezembro, saltou para 200 milhões em março. Isso fez com que vários problemas de segurança e privacidade do app chamassem a atenção.

Além do zoombombing, a ferramenta foi criticada por monitorar sem permissão qual janela está ativa no computador de um participante da conferência e avisar para o anfitrião quando a chamada não está em primeiro plano. Vulnerabilidades da plataforma também permitiam roubar até as credenciais do Windows dos usuários.

A Zoom admitiu que o aplicativo ficou devendo em termos de segurança e privacidade. A empresa pausou o lançamento de novos recursos por três meses e vai se concentrar em corrigir as falhas.

Enquanto isso, a concorrência se mexe: o Skype, da Microsoft, está divulgando o recurso Reunir Agora, que permite criar videoconferências e enviar links para que os participantes entrem mesmo sem ter cadastro na plataforma ou o aplicativo instalado. A ferramenta já existia faz tempo, mas era pouco conhecida, o que permitiu que o Zoom ganhasse terreno.

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