A orca Lolita, uma das atrações do Seaquarium de Miami, poderá voltar ao seu mar de origem depois de 50 anos vivendo em cativeiro. Um grupo, que inclui o dono do parque aquático, um grupo de direitos dos animais e um dono de time de futebol americano, anunciou o acordo durante uma entrevista na quarta-feira (29).
“Estou empolgado por fazer parte da jornada de Lolita para a liberdade”, disse Jim Irsay, proprietário do Indianapolis Colts, em entrevista a Associated Press. “Eu sei que Lolita quer chegar a águas livres”.
Lolita, também conhecida como Tokitae, tinha quatro anos quando foi capturada em Puget Sound, em 1970. À época, era comum a caça de orcas. Resgatada, a orca foi para o parque aquático, onde passou décadas se apresentando para o público.
Em 2022, porém, o Seaquarium anunciou que não faria mais shows com o animal. O motivo: Lolita, agora com 57 anos e mais de duas toneladas, adoeceu e, por causa da idade e peso, já não tem condições de manter sua agitada agenda de atividades.
O governo dos EUA também exigiu o fim das apresentações. Mas, desde então, o animal vive em um tanque de 24 metros por 11 metros, com 6 metros de profundidade. Por isso, o plano é devolver a orca para seu local de origem, onde se acredita que sua mãe, já com 90 anos, continua vivendo até hoje.
Washington D.C. deu prazo para que o parque aquático devolva o animal ao habitat em até 24 meses. Os custos podem chegar a US$ 20 milhões – mais de R$ 100 milhões no câmbio atual.
O plano é transportar a orca Lolita de avião até uma região oceânica que fica entre o estado de Washington e o Canadá. Ali, ela deverá nadar dentro de uma grande rede enquanto treinadores e veterinários a ensinam a pescar.
Ela também terá que fortalecer seus músculos, uma vez que as orcas costumam nadar até 160 quilômetros por dia. Enquanto não se adapta ao novo ambiente, ela ficará sob cuidados 24 horas por dia. Segundo o Seaquarium, os funcionários do parque já estão preparando o animal para a viagem.
“[Lolita] tinha quatro anos quando foi levada, então estava aprendendo a caçar”, disse Raynell Morris, integrante do conselho de apoio ao animal chamado Friends of Toki. “Ela conhece a música de sua família. Vai se lembrar, mas vai levar tempo”.
Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps
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