Em 1951, pesquisadores que estavam realizando o mapeamento geológico no Pampa gaúcho encontraram um sítio de fósseis extremamente rico próximo a fronteira com o Uruguai.
Na época, eles coletaram e descreveram fósseis de plantas do local, mas não realizaram o referenciamento geográfico do espaço. Os recursos tecnológicos disponíveis na época não permitiam que isso fosse feito.
O sítio fossilífero passou décadas no escuro, até que cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), da Universidade do Vale do Taquari (Univates) e da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) o reencontraram em 2019. Agora, a redescoberta foi registrada na revista Paleontologia em Destaque.
O afloramento Cerro Chato, como ficou conhecido, está localizado no município de Dom Pedrito, no Rio Grande do Sul. Os pesquisadores já resgataram na região fósseis de diversos grupos de plantas, como os antepassados de coníferas e samambaias, e também de animais, como peixes e moluscos.
Os fósseis encontrados no local datam do final do período Permiano (entre 290 milhões a 248 milhões de anos atrás). Nesta época, o planeta passava por sua extinção em massa mais severa, quando mais de 90% da vida na Terra foi dizimada devido a intensas perturbações climáticas.
O estudo do sítio de fósseis não apenas ajudará os cientistas a compreender as mudanças enfrentadas pela Terra no passado, mas também servirá como alavanca para o turismo da região. No final, todos saem ganhando com a manutenção da ciência.