Após quase dois anos, cientistas brasileiros retomam pesquisas na Antártica
O Programa Antártico Brasileiro (Proantar) ficou em hiato na temporada 2020/201 por conta da vacina. Com a chegada das vacinas e o afrouxamento das restrições pelo mundo, os pesquisadores voltaram a visitar o continente gelado.
A primeira missão de cientistas brasileiros após quase dois anos desembarcou na Antártica no último dia 30 de novembro, e deve ficar por lá até 15 de janeiro. O grupo de 11 pesquisadores está abrigado na Estação Comandante Ferraz, dentro da Ilha Rei George — na costa do continente antártico.
Os cientistas passarão as festas de fim de ano longe das famílias, mas há uma boa justificativa para isso. Dessa forma, os pesquisadores poderão aproveitar o início do verão no continente gelado, em que há luminosidade quase o dia inteiro — e as temperaturas oscilam entre os 5 graus positivos e negativos. A sensação térmica enfrentada por eles é de -18ºC e os ventos alcançam os 120 quilômetros por hora.
A leva de cientistas que chegou nas últimas semanas conta com uma equipe da Fiocruz e dois grupos de pesquisa do Distrito Federal. O foco principal deles é a busca por microrganismos que tenham interesse farmacológico ou pela indústria bioquímica.
Mas as pesquisas da ciência antártica, na verdade, é incrivelmente vasta. Há grupos de pesquisadores estudando fungos e musgos antárticos, buscando fósseis de plantas e de dinossauros que eram encontrados apenas ali, além de cientistas que conduzem estudos diversos sobre a atmosfera o clima da Terra — possíveis graças à perfuração do solo gelado da região.
O Programa Antártico Brasileiro (Proantar) é coordenado pela Marinha Brasileira e tem apoio de órgãos como o CNPQ. Seu principal objetivo é levar pesquisadores das áreas de oceanografia, biologia, glaciologia, química e meteorologia ao continente.