App Lensa é processado por uso ilegal de dados biométricos dos usuários
Mais uma polêmica envolvendo inteligência artificial pipocou nesta semana. Na última quarta-feira (15), um grupo de cidadãos de Illinois, nos EUA, entrou com uma ação coletiva contra a Prisma Labs, empresa por trás do Lensa, app de edição de fotos que usa IA. Segundo destacou o site Artnet, a ação acusa o Lensa de coletar dados biométricos dos usuários de forma ilegal.
A empresa teria coletado dados de geometria facial no Lensa, através do recurso Magic Avatars. Isso, segundo o processo, viola a Lei de Privacidade e Informações Biométricas de Illinois (BIPA). Como destacou o PetaPixel, a argumentação é que a geometria facial seria utilizada para treinar “as redes neurais de inteligência artificial (IA) do Prisma e armazenar os dados ilegalmente”.
“A geometria facial de uma pessoa é como sua impressão digital. É um identificador único e imutável que merece o mais alto grau de proteção que a lei pode oferecer”, diz o advogado Tom Hanson, que move a ação, em comunicado. Ele ainda afirmou que, “os demandantes neste processo, e milhões de outros como eles, involuntariamente forneceram sua biometria facial ao Prisma Labs quando baixaram o aplicativo”.
O Lensa, lançado em 2018, viralizou no ano passado após transformar fotos de celebridades e pessoas anônimas em avatares de desenho usando IA. Recentemente, o app tem enfrentado críticas por se alimentar de imagens online, incluindo obras de arte com direitos autorais. Além disso, também recebeu acusações por sexualizar imagens femininas em excesso.
Para criar um avatar no Lensa, é necessário fazer upload de no mínimo 10 selfies. O aplicativo também requer acesso às fotos do dispositivo. De acordo com a denúncia, é desta forma que o app extrai os dados faciais dos usuários sem permissão.
Veja exemplos de avatares do Lensa abaixo:
https://www.instagram.com/p/ClpQukrjjGV/?utm_source=ig_embed&ig_rid=64e2fab4-cba3-4d3d-bb93-86d3fd209cc8