Ciência

Aquecimento do oceano faz cientistas retirarem peixes raros do mar da Austrália

Peixes-mão-vermelha têm poucos representantes na natureza; pesquisadores estão cuidando da espécie em instituto da Austrália
Imagem: Wikimedia Commons/ Reprodução

Recentemente, cientistas australianos coletaram 25 peixes-mão-vermelha (Thymichthys politus) do oceano que abraça a costa da Austrália. A ação ocorreu por causa do aquecimento das águas na região, como tentativa de preservar a espécie, que é uma das mais raras do mundo.

No total, há apenas 100 peixes-mão-vermelha na natureza. Eles são pequenos, com coloração vermelha, dourada e marrom. Além disso, possuem nadadeiras peitorais que possibilitam que eles caminhem no fundo do mar em vez de nadar.

De acordo com os pesquisadores, eles costumam viver em uma pequena parte de um recife no sudeste da Tasmânia.

Contudo, desde o início do século 20, registros indicam que o mar da costa australiana está ficando cada vez mais quente. De acordo com especialistas, este verão já ultrapassou temperaturas máximas anteriores.

Eles acreditam que isso é um reflexo das emissões excessivas de gases de efeito estufa na atmosfera. Como resultado, há a degradação severa do habitat dos peixes-mão-vermelha. 

Dessa forma, a população já frágil desses animais ainda precisa lidar com um estresse adicional.

Longe de ameaças e sob cuidados de profissionais

Os 25 peixes resgatados passam bem. Eles estão em aquários temporários, sob monitoramento de uma equipe do Instituto de Estudos Marinhos e Antárticos da Universidade da Tasmânia, que está a postos para exercer os cuidados necessários. 

“Temos pessoal altamente experiente cuidando dos peixes sete dias por semana, e uma escala de plantão 24 horas”, disse Andrew Trotter, do instituto.

A ideia é devolver os peixes ao habitat natural assim que a temperatura da água diminuir. Os pesquisadores esperam que isso aconteça no início de junho, com a chegada do inverno no hemisfério sul.

Embora a decisão de retirá-los do mar seja para protegê-los, cientistas afirmam que foi uma escolha arriscada. 

“Acreditamos que estão bastante seguros conosco, mas certamente há um sentimento de responsabilidade aumentada em nossa equipe, dada a pequena população selvagem”, acrescentou Trotter.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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