Ciência

Aquecimento global pode afetar a produção de vinho no mundo, mostra este estudo

O estudo apontou que algumas das regiões do mundo correm o risco de ver sua produção de vinho praticamente desaparecer; veja onde
Imagem: Unsplash/Reprodução

Com ondas de calor mais frequentes com o passar dos anos, cada vez mais setores produtivos estão sendo afetados pelo aquecimento global. De acordo com um novo estudo, a mudança do clima pode modificar “profundamente” a produção global de vinho.

O que diz o estudo sobre vinho

O estudo, publicado revista Nature Reviews Earth & Environment, apontou que algumas das regiões vinícolas mais tradicionais do mundo correm o risco de ver sua produção de vinho praticamente desaparecer.

De acordo com o levantamento, isso pode acontecer já nas próximas décadas se o aquecimento global continuar no ritmo que está.

A análise mostra que cerca de 90% dessas áreas poderão ter sua produção completamente comprometida em virtude da maior ocorrência de secas extremas e ondas de calor.

As áreas potencialmente mais afetadas ficam as regiões costeiras e de planície da Espanha, Itália, Grécia e do sul da Califórnia (EUA).

Já outras regiões, como o sul da Inglaterra, os Pampas sul-americanos e as regiões mais altas dos Andes, podem ganhar destaque na produção do vinho. Já que as alterações nos padrões climáticos podem tornar o clima nessas regiões mais favorável à produção da uva.

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Imagem: Kelsey Knight/Unsplash/Reprodução

“A mudança climática está alterando a geografia do vinho, com novos vencedores e perdedores”, disse à CBS News Cornelius van Leeuwen, professor da Escola de Engenharia Agrícola de Bordeaux, na França, e um dos autores do estudo.

As alterações climáticas também trazem o risco de as áreas experimentarem novos agentes patogénicos e insetos. De acordo com a pesquisa, eles podem ter impacto na agricultura e na saúde humana e ambiental em geral.

Condições mais secas tornariam alguns problemas na videira, como o míldio, menos prováveis, mas quando isso acontecesse, o surto provavelmente ocorreria mais cedo e se espalharia mais rapidamente, concluiu o estudo.

2023 foi o ano mais quente dos últimos 100 mil anos

O observatório europeu Copernicus afirmou que o ano de 2023 foi +1,48º C mais quente do que a média da era pré-industrial em todo o mundo. Inclusive, ele foi o mais quente dos últimos 100 mil anos, conforme o próprio observatório já havia adiantado em 2023.

De acordo com o Copernicus, todos os dias do ano foram (no mínimo) 1º C mais quente do que o ano de 2022. Inclusive, em dois dias de novembro, ficaram 2°C mais quentes. Este novo recorde ultrapassa em +0,17° C o precedente, de 2016.

Hoje, a maior ferramenta global para tentar frear o aquecimento global, o Acordo de Paris, de 2015, visa limitar o aquecimento a 2 °C, e idealmente a não mais do que 1,5 °C. Contudo, o acordo não tem tido o efeito que os ambientalistas esperavam.

A taxa de aumento na temperatura global do ano passado só era estimada para acontecer no final deste século. Assim, por causa do ano mais quente da história, o gelo marinho da Antártida alcançou os menores níveis recordes durante oito meses do ano passado.

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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