A extinção em massa que ocorreu há 66 milhões de anos já foi amplamente estudada por cientistas. Ela foi causada pelo asteroide Chicxulub, que deixou uma imensa cratera na Península de Iucatã, no atual México, resfriando o globo e levando a morte dos dinossauros.
Mas essa não foi a única vez que a Terra perdeu grande parte de sua biodiversidade. Há 250 milhões de anos, no final do Período Permiano, duas erupções vulcânicas liberaram grandes quantidades de gases do efeito estufa na atmosfera e fizeram as temperaturas globais aumentarem cerca de 30ºC.
Como resultado, 86% das espécies que viviam no planeta morreram. Grande parte delas eram mamíferos, o que fez os cientistas acreditarem que a queda dos bebedores de leite diminuiu a competição, permitindo o surgimento de grandes répteis, como os próprios dinossauros.
Um estudo recém publicado na revista científica Science Advances sugere que essa teoria está errada. Não foi o ambiente menos competitivo que possibilitou o aumento dos répteis, mas sim o clima mais quente, que parecia inevitável.
Para chegar a tal conclusão, cientistas da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, avaliaram as condições climáticas em voga 70 milhões de anos antes e 70 milhões de anos após o grande evento de extinção. Além disso, estudaram fósseis de 125 espécies de mamíferos, répteis e aves que viveram durante este período.
Mesmo antes das grandes explorações vulcânicas, a Terra já estava aquecendo. Ao mesmo tempo, os cientistas notaram que o número de répteis já estava aumentando 40 milhões de anos antes da extinção em massa. Dessa forma, perceberam que foi o calor que beneficiou esses animais.
O aquecimento que permitiu o boom dos répteis aconteceu de forma relativamente lenta, diferente das mudanças climáticas proporcionadas pelos humanos. Isso significa que a nossa interferência pode culminar em consequências enormes, embora ainda não saibamos quais serão elas.