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Áreas ambientais não protegem mais de 75% dos insetos do mundo

Áreas de proteção da Amazônia, África subsaariana e Europa Central são os locais do mundo onde insetos têm proteção garantida

Áreas ambientais não protegem mais de 75% dos insetos do mundo

Imagem: Clément Falize/Unsplash/Reprodução

Um estudo da Universidade de Queensland, da Austrália, mostrou que todas as áreas de preservação ambiental não conseguem proteger mais de 75% dos insetos que existem no mundo. 

No geral, as reservas naturais não oferecem habitat suficiente ou seguro para 67.384 espécies de insetos. A pesquisa, publicada na quarta-feira (1) na revista One Earth, avaliou a presença de 89.151 espécies nesses locais a partir de uma comparação com o Banco de Dados Mundial de Áreas Protegidas.

Pelo menos 1,9 mil espécies (2%) das 225 famílias analisadas sequer foram encontradas nas florestas, o que sugere uma ameaça direta à sua preservação. 

As reservas com menor índice de proteção estão na América do Norte, Leste Europeu, Sudeste Asiático e Australásia (região que reúne Austrália, Nova Zelândia, Nova Guiné e ilhas do Pacífico). 

Por outro lado, os insetos estão mais protegidos em reservas da Amazônia, África subsaariana, Europa Central, Oriente Médio e oeste da Austrália. Como garantia da preservação, o estudo pontuou a existência de uma ampla área de distribuição, presença de recursos como água e alimento e espaço para crescimento de larvas. 

Mesmo que o número chame atenção, é possível que a população ameaçada de insetos seja ainda maior. Os cientistas só conhecem as faixas de habitação de até 100 mil espécies. Em todo o mundo, estima-se que existam mais de 5,5 milhões. 

Falta espaço

Segundo o artigo, as pessoas que projetam as reservas naturais não pensam nos insetos como componentes essenciais desses espaços. Isso vira um problema em um cenário em que as populações de insetos estão caindo em todo o mundo.

Em Porto Rico, por exemplo, a abundância desses animais caiu até 98% nos últimos 35 anos. No Brasil, 19 populações de insetos entre 39 conjuntos estudados estão em queda, segundo levantamento da Unicamp.  

A consequência dessa redução é um grave desequilíbrio nos ecossistemas. Os insetos são os responsáveis pela polinização de quase 80% de todas as espécies de plantas. Eles também servem como alimento básico para centenas de milhares de animais. 

Por isso, o estudo conclui que uma forma de evitar a extinção de insetos no mundo é reservar áreas adequadas para que possam sobreviver. “Conservar os insetos significa reservar mais espaços para eles nos próximos anos”, disse Shawan Chowdhury, ecologista do Centro Alemão de Pesquisa Integrativa em Biodiversidade em Leipzig, ao site Science News

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