Arqueólogos descobrem raros retratos de múmias em tumba no Egito
Arqueólogos que trabalhavam na região de Fayum, no Egito, encontraram uma série de retratos das múmias veladas em uma grande catacumba subterrânea. São pinturas detalhadas dos mortos, feitas ainda quando as pessoas enterradas ali estavam vivas.
Os retratos, que surpreendem pelo realismo e beleza, estavam presos a diversos caixões de estilos diferentes. Enquanto muitos tinham a forma humana, outros eram feitos no estilo grego, com telhados.
Segundo os arqueólogos, os sarcófagos e retratos datam dos períodos ptolomaico e romano, por volta de 330 a 30 a.C. Nesta época, o Egito passou por diversas transformações sob o domínio da Dinastia Ptolemaica e do Império Romano.
A descoberta chama a atenção porque esses são os primeiros retratos de múmias encontrados em 100 anos. O arqueólogo inglês Sir Flinders Petrie encontrou o último em 1907, também em escavações na região de Fayum.
As pinturas são impressionantes. Em uma delas, os detalhes revelam traços de doenças neurológicas – o que foi possível confirmar ao abrir o sarcófago e identificar a múmia correspondente. Outro retrato mostra joias, encontradas depois no corpo da múmia.
“As pessoas que foram enterradas em tal contexto em Fayum são com certeza de classe média alta ou elite para que possam oferecer a seus parentes retratos tão idênticos às pessoas”, disse Basem Gehad, diretor de uma missão de escavação em Fayum ao site LiveScience.
A hipótese dos arqueólogos é que os retratos tenham sido pintados por artistas de Alexandria, cidade egípcia na costa do Mediterrâneo.
Veja os achados
Estátua de Afrodite
Além dos raros retratos sobre os sarcófagos, os pesquisadores também encontraram uma estátua de argila da deusa Ísis Afrodite.
A representação estava em um dos caixões de madeira com diversos papiros escritos em línguas demótica (do Egito antigo) e grega. Ali estavam relatos das condições sociais, econômicas e religiosas da região.
As descobertas integram a 10ª temporada de escavações em Fayum, cidade a 120 quilômetros da capital Cairo. A análise dos achados ainda está em andamento.