Arqueólogos descobriram um navio medieval bem preservado em escavações próximo ao Parque da Ciutadella, em Barcelona, na Espanha. Esta é a segunda vez que uma embarcação marítima é encontrada em Barcelona, depois da Barceloneta I, em 2008.
O navio “Ciutadella I” estava a cerca de cinco metros abaixo do nível do solo, na área do antigo Mercat de Peix (mercado de peixes, em tradução livre). O local está em reformas para se tornar um centro de pesquisa científica, de acordo com o Archeology Mag.
O navio tem aproximadamente 10 metros de comprimento e três metros de largura. Ele tem mais de trinta nervuras curvas de madeira e pelo menos sete tábuas de casco. Sua estrutura é do tipo de construção “esqueleto”, comum no Mediterrâneo ao final da Idade Média.
Arqueólogos estimam que o a Ciutadella I seja do século 15 ou início do século 16, época de transformações costeiras e marítimas em Barcelona após a construção das primeiras docas artificiais da cidade, em 1439.
De acordo com Santiago Palacios, arqueólogo principal, embora o sítio estivesse submerso na época, seria improvável que o navio tivesse afundado ali durante uma tempestade. Ou seja, é mais provável que tenha sido carregado até o local por areias movediças e mudanças costeiras.
Além do navio, a escavação revelou estruturas de diversas outras épocas. As descobertas incluem um abrigo antiaéreo da Guerra Civil Espanhola, ruínas das fortificações da Ciutadella do século 18 e vestígios do mercado de peixes do século 19.
O futuro do navio de Barcelona
Agora, os frágeis restos altamente preservados durante séculos sob sedimentos estão em cuidadosa conservação. Para evitar a rápida deterioração após a exposição ao ar, os arqueólogos mantêm parte do navio na areia e estão trabalhando em uma documentação fotogramétrica 3D. Além disso, madeiras individuais serão removidas posteriormente e tratadas com polietilenoglicol, cera solúvel em água que repõe a umidade da madeira.
Futuramente, os arqueólogos pretendem estudar a análise da madeira e resina do navio a fim de aprender mais sobre as técnicas de construção naval medieval. Por fim, novas informações podem revelar, talvez, o local onde se construiu a embarcação.
Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.
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