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Arqueólogos encontram múmias com línguas de ouro no Egito

Além dos restos mortais, pesquisadores também encontraram vasos canópicos, estatuetas funerárias e outros amuletos

Imagem: Universitat de Barcelona/Reprodução

Pesquisadores da Universidade de Barcelona, na Espanha, estavam em uma expedição no Egito quando encontraram múmias que levavam línguas de ouro em suas bocas. A recente descoberta foi feita no sítio arqueológico de El-Bahnasa, a 190 quilômetros do Cairo. 

A equipe analisou duas tumbas. Os restos humanos com os objetos dourados estavam na primeira, junto a um grande sarcófago de calcário com tampa em formato feminino. Infelizmente, o túmulo parece ter sido aberto anteriormente e saqueado, o que atrapalha a exploração dos pesquisadores.

Tumba intacta

Já a segunda tumba surpreendeu os arqueólogos de maneira positiva. Pesquisadores da Faculdade de Arqueologia da Universidade do Cairo, no Egito, também envolvidos no estudo, disseram que o local estava completamente selado. Ou seja, a tumba permaneceu intacta por milhares de anos, o que é raro de encontrar e pode ajudar os cientistas a entender ainda melhor os rituais fúnebres do passado.

Também havia um sarcófago dentro da segunda tumba, mas a tampa deste tinha formato masculino. Ao lado, estavam vasos canópicos, usados no Antigo Egito para colocar os órgãos do falecido durante o processo de mumificação. Por fim, os pesquisadores identificaram uma coleção com cerca de 400 estatuetas funerárias, conhecidas como shabti, entre outros amuletos. 

Dinastia Saite

Os objetos datam da dinastia Saite, que perdurou de 664 a 525 a.C. A Universidade de Barcelona já organiza expedições no local há três décadas e, em 2005, revelou uma múmia desse mesmo período histórico no local. A dinastia Saite foi a última a governar o Egito antes da conquista dos persas. 

Línguas de ouro desenterradas no Egito. Imagem: Universitat de Barcelona/Reprodução

Sobre as línguas de ouro, há uma possível explicação: de acordo com as crenças egípcias, o falecido passa pelo tribunal de Osíris, deus do julgamento, após a morte. Caso isso se concretizasse, a língua permitiria que ele falasse –e se defende-se– neste momento.

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