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Artista britânico queima pinturas para transformá-las em NFTs

O artista Damien Hirst vendeu 10 mil pinturas dentro do projeto “The Currency"; as pinturas poderiam continuar no modo físico ou virar NFTs

Artista britânico queima pinturas para transformá-las em NFTs

Imagem: HENI/Twitter/Reprodução

O artista britânico Damien Hirst está queimando suas pinturas para transformá-las em NFTs (tokens não-fungíveis). Até agora, cerca de mil obras já deixaram de existir no mundo real para serem digitalizadas. 

Ao todo, Hirst vendeu 10 mil NFTs dentro do projeto “The Currency”, que começou em 2016. Cada token não-fungível corresponde a uma pintura física do artista e tem preços a partir de US$ 2 mil – pouco mais de R$ 10,5 mil no câmbio atual.  

Em vez de vender as obras, o artista as guardou e ofereceu aos colecionadores as comprassem como NFTs. O token confirma a autenticidade do objeto digital como uma espécie de “recibo”, o que dá valor à sua singularidade. 

Os colecionadores que compraram peças do projeto tiveram que escolher entre pegar as pinturas, o que significa que perderiam os NFTs; ou ficar com o NFT, o que faz com que a pintura vá para o fogo. 

Muitas pessoas pensam que estou queimando milhões de dólares em arte”, disse Hirst no Instagram. “Mas não. Estou completando a transformação dessas obras de arte físicas em NFTs ao queimar as versões físicas”. 

Segundo ele, o valor da arte digital ou física, que é difícil de definir, não vai se perder, mas irá para o NFT assim que a obra queimar. 

Ao todo, 5.149 compradores decidiram trocar sua NFT pela pintura original, enquanto 4.851 escolheram o token não-fungível. As peças estavam em exibição em Londres.

Quem é Damien Hirst 

Hirst ganhou destaque com suas pinturas com pontos multicoloridos feitos com tinta esmalte sobre papel artesanal. O artista é o mais proeminente do grupo Jovens Artistas Britânicos, que inaugurou uma série de exposições de artes plásticas na década de 1980. 

Desde então, ele e seus assistentes fazem as pinturas com pontos que variam na tonalidade, nitidez e densidade. Cada uma é única e quase indistinguível das outras. 

Uma de suas obras mais famosas é “A impossibilidade física da morte na mente de alguém vivo” (na tradução em inglês), que consiste em um tubarão no que parece ser um tubo de água. Em 2005, Hirst a vendeu por US$ 12 milhões – quase R$ 63,4 milhões na conversão direta. 

Outra obra emblemática é um molde de platina de um crânio humano coberto com mais de 8,6 mil diamantes. Em 2007, foi vendido por quase US$ 100 milhões, ou R$ 530 milhões no câmbio atual. 

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