Ciência

Aspirina 125 anos: o que a árvore “chorão” tem a ver com o comprimido

A aspirina tem suas raízes em uma substância natural utilizada há milênios: o ácido salicílico, derivado do Salix, a árvore salgueiro-chorão
Imagem: Arquivo/Agência Brasil

Celebrando um marco na história da medicina, a aspirina completa 125 anos neste mês de março de 2024. Este medicamento, cujo princípio ativo é o ácido acetilsalicílico, foi o primeiro a ser sintetizado em laboratório, marcando o início da indústria farmacêutica moderna.

A patente, registrada pela Bayer em 6 de março de 1899, em Berlim, Alemanha, representou uma revolução no tratamento da dor e febre, mudando para sempre a forma como a humanidade lida com esses sintomas comuns.

Origem em árvore “chorão”

A aspirina tem suas raízes em uma substância natural utilizada há milênios: o ácido salicílico, derivado do Salix, nome científico da família do salgueiro.

Essa árvore, conhecida por seu nome popular de salgueiro-chorão tem folhas pendentes e já era usada na antiguidade para aliviar dor e febre.

Casca do tronco pode ser usada para produção da aspirina. Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução

O uso medicinal do salgueiro está documentado no papiro Ebers, um tratado médico do Egito antigo, e foi prescrito por Hipócrates, considerado o pai da medicina.

No entanto, foi somente no século 18 que pesquisadores conseguiram isolar a substância benéfica desses extratos. E em 1899, a aspirina foi introduzida no mercado, inicialmente em pó e, posteriormente, em forma de comprimidos, tornando-se um dos medicamentos mais consumidos no mundo.

Riscos com o uso de aspirina

Apesar de sua ampla disponibilidade e baixo custo, a automedicação com aspirina carrega riscos. O principal efeito adverso do ácido acetilsalicílico deve-se à inibição da COX-1 no estômago. Os prostanoides são importantes mediadores na proteção da mucosa contra o ácido e enzimas presentes no suco gástrico. Eles aumentam a produção de muco.

Assim, pesquisas apontam que os pacientes que fazem uso prolongado de aspirina podem apresentar aumento do sangramento no estômago ou intestino.

Além disso, um risco aumentado de sangramento no cérebro, além do aumento do risco de equimoses na pele e sangramentos menores na gengiva e nariz. Por isso, o medicamento deve ser sempre utilizado com acompanhamento médico.

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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