Diversas cidades da França se transformaram em campo de batalha com os protestos contra a reforma da aposentadoria nas últimas semanas. Em Paris, a coleta de lixo não passa há dias e carros incendiados bloqueiam as estradas que dão acesso à capital francesa.
As manifestações começaram com o descontentamento de parte da população sobre os planos do presidente Emmanuel Macron de aumentar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos.
Segundo o governo francês, o aumento da expectativa de vida da população tornou a reforma “essencial” para garantir que o sistema previdenciário continue intacto.
Nas ruas, os franceses pedem que a idade de aposentadoria continue em 62 anos, um dos tetos mais baixos entre os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Só na noite de segunda-feira (20), mais de 270 pessoas foram presas em Paris. Houve confronto entre manifestantes e a polícia, que disparou gás lacrimogêneo contra a população.
Assista aos protestos da França ao vivo
Canais do YouTube mantêm transmissões dos protestos na França ao vivo. Acompanhe:
https://www.youtube.com/watch?v=Nb7Fia00940
O que está por trás das manifestações
A revolta ganhou força na quinta-feira (16), quando Macron instruiu a primeira-ministra Elisabeth Borne a permitir que a legislação fosse aprovada sem a votação do Parlamento dividido.
Os protestos em Paris já são os maiores desde as manifestações dos Coletes Amarelos, de 2018 e 2019, quando a população saiu às ruas para contrariar o aumento dos custos do gás e acabou pedindo a derrubada de Macron.
À época, Macron descartou aumentar os impostos sobre o carbono. Mas, agora, há poucas chances de que ele reverta o plano da aposentadoria. O político do partido Renascimento determinou que este seria o compromisso-chave em seu segundo mandato. Ele foi reeleito em abril de 2022.
Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps
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