O que o ERBS, satélite aposentado pela NASA, fez pela Terra nestes 38 anos
Em 1984, o satélite ERBS (Earth Radiation Budget Satellite), da NASA, foi enviado ao espaço a bordo do ônibus espacial Challenger. Sua missão deveria durar dois anos, mas o equipamento superou as expectativas e se manteve na ativa por 21 anos.
A festa acabou em 2005 e o satélite foi aposentado. Desde então, ele ficou vagando no espaço como lixo espacial. No último domingo (8), o ERBS reentrou na Terra e caiu sobre o Mar de Bering.
A maior parte do satélite da NASA queimou durante sua passagem pela atmosfera. O risco de alguma peça do orbitador de 2.450 kg atingir pessoas havia sido calculado pela NASA, mas era extremamente baixo – apenas uma chance em 9.400.
O ERBS teve grande contribuição para a ciência durante o tempo em que se manteve operante. Entre seus equipamentos estava, por exemplo, o Stratospheric Aerosol and Gas Experiment II (SAGE II), que foi crucial para confirmar a existência do buraco na camada de ozônio e a participação humana no problema.
Seus dados ajudaram a moldar o Protocolo de Montreal, um acordo internacional de 1987 que restringiu o uso de clorofluorcarbonos (CFCs). O resultado foi positivo: segundo um relatório da ONU divulgado nesta semana, o buraco na camada de ozônio deve se recuperar completamente dentro dos próximos 40 anos graças ao esforço.
ERBS estava há 18 anos inoperante no espaço. Isso não poderá ocorrer com satélites futuros, já que a Comissão Federal de Comunicações dos EUA adotou novas regras em 2022 que exigem a retirada dos objetos de órbita dentro de cinco anos após a conclusão de suas missões. A medida visa reduzir o lixo espacial, que pode atrapalhar outras explorações.