Por que maioria das assistentes digitais tem voz feminina?

O meu smartphone é uma petulante mulher australiana, e meu alarme é uma gentil mulher americana. Quando ligo um notebook com Windows novo, outra mulher alegre me pergunta se eu gostaria de instalar a Cortana. Quando dirijo, é mais uma vez uma mulher quem me diz para virar para a esquerda. E quando estou cozinhando, […]

O meu smartphone é uma petulante mulher australiana, e meu alarme é uma gentil mulher americana. Quando ligo um notebook com Windows novo, outra mulher alegre me pergunta se eu gostaria de instalar a Cortana. Quando dirijo, é mais uma vez uma mulher quem me diz para virar para a esquerda. E quando estou cozinhando, a voz feminina da Alex é quem me diz quantas colheres do sopa têm em um terço de xícara. As assistentes digitais estão rapidamente entrando em nossas casas e ajudando em tarefas do dia a dia de nossas vidas, e suas vozes são quase sempre de mulheres.

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Um estudo de 2011 na Computers in Human Behavior sugeriu que, independentemente do gênero do ouvinte, as pessoas normalmente preferem o som de uma voz masculina quando ela está sendo impositiva, mas uma voz feminina quando a voz está lhes ajudando. Isso é reforçado por estudos realizados internamente por grandes empresas que calham de investir pesado em assistentes digitais, como Google e TomTom.

Mas os objetos de estudo dessas pesquisas não estão livres de viés! Na TV, no cinema e mesmo em seu escritório, muitas tarefas realizadas por assistentes digitais são também tipicamente executadas por mulheres. Esperamos que elas forneçam grande ajuda e que os homens sejam mandãos. Portanto, quanto de nossa preferência inata é de fato preferência e quanto disso não é apenas um viés antigo sobre o que as mulheres fazem — viés este formado a partir de uma vida inteira de papéis estereotipados para as mulheres.

Provavelmente muito mais do que qualquer um de nós poderia imaginar. Mas devemos pensar sobre isso, porque a única maneira de superar um viés é sentar, encará-lo de frente e pensar nele. Depois de gravar este vídeo, tentei mudar a voz no meu celular para a de um homem, e fiquei irritada porque um cara australiano aleatório estava me dizendo o que fazer. Eu, de fato, achei a voz masculina imediatamente mais impositiva. O que é besteira, já que é só um celular, e um celular não tem gênero. Nem uma inteligência artificial, pelo menos atualmente. Elas só conseguem apresentar, muito vagamente o conceito de gênero, e mesmo isso é só performativo.

Portanto, talvez na próxima vez que você estiver mexendo nas configurações do seu celular, você devesse tentar trocar a voz para uma que soe masculina. Então, se você se pegar tendo uma reação negativa forte, pergunte-se por que. Seria por você só gostar quando as mulheres estão ajudando ou porque a voz masculina soa muito mandona? Seria porque a mera existência dos homens te cansa? Ou porque você está levando toda sua bagagem de gênero do mundo real para o espaço digital?

Não precisa, cara, é só um celular.

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