Em 2029, a passagem do asteroide Apophis — nome do “Deus do Caos” egípcio — próximo à Terra causará tremores e deslizamentos no astro, de acordo com um novo estudo coordenado na Universidade Johns Hopkins, nos EUA.
O asteroide recebeu esse nome em homenagem à divindade egípcia Apep, a personificação da destruição e da escuridão.
Com 340 metros de largura, um impacto do asteroide “Deus do Caos” não aniquilaria a vida na Terra, mas pode destruir uma cidade facilmente.
Cientistas descobriram o Apophis em 2004 e calcularam que o asteroide passaria perto da Terra em 2029. Em observações posteriores, astrônomos conseguiram determinar a trajetória do Apophis com extrema precisão, revelando uma pequena chance de atingir a Terra.
Atualmente, a previsão é que o asteroide “Deus do Caos” passe tão perto da Terra, em abril de 2029, ficando a 32 mil quilômetros do nosso planeta, mais próximo, portanto, que alguns satélites artificiais.
Por isso, cientistas publicaram um estudo detalhando como a Terra afetaria o asteroide durante esse contato próximo. De acordo com o estudo, a passagem causará tremores a partir de uma hora antes de Apophis chegar ao seu ponto mais próximo do nosso planeta.
Passagem de 2029
Os cientistas usaram modelos de computadores para simular o movimento do asteroide durante sua passagem na Terra, utilizando as características físicas de um asteroide similar ao Apophis.
Conforme as simulações, será difícil estimar a magnitude dos tremores. No entanto, segundo Ronald-Louis Ballouz, coautor do estudo, a gravidade do asteroide é “250 mil vezes menor que a da Terra”. Assim, na prática, os tremores serão fracos, mas o suficiente para fazer modificações na superfície do asteroide. Desse modo, a superfície do Apophis será diferente após 2029.
Outro processo físico que a Terra pode alterar no asteroide é o seu eixo de rotação. Aliás, em um estudo de 2023, cientistas revelaram que a gravidade da Terra teria efeitos na velocidade de rotação do asteroide. Isso com base em sua orientação durante a aproximação de 2029.
Além disso, os cientistas pretendem monitorar de perto quaisquer mudanças na trajetória do asteroide. Isso porque isso poderia fazer com que o astro caísse na Terra em 2068.