Asteroide Dimorphos ganha cara de cometa após colisão da sonda DART

Telescópio mostra asteroide com “cauda” após colisão da DART. NASA ainda estuda dados para descobrir se técnica de defesa planetária funcionou
Asteroide Dimorphos ganha cara de cometa após colisão da sonda DART
Imagem: NOIRLab/Divulgação

O Telescópio de Pesquisa Astrofísica do Sul (SOAR), instalado no Chile, captou uma nova imagem do pequeno asteroide Dimorphos. Após a colisão da sonda DART na última semana, o asteroide ganhou uma longa cauda com mais de 10 mil quilômetros de extensão.

Com a força do impacto da sonda da NASA – estimada em três toneladas de TNT –, uma grande quantidade de poeira e detritos de Dimorphos foi arremessada no espaço. Aos poucos, essa nuvem de material começou a ser “soprada” pelo vento solar e formou a cauda vista na imagem – um processo semelhante ao que ocorre com os cometas.

Uma observação: apesar de Dimorphos ter desenvolvido a cauda após a colisão, isso não significa que o asteroide tenha se transformado em um cometa.

Segundo a organização americana NOIRLab, uma das que operam o telescópio no Chile, a imagem oferece a oportunidade de estudar a natureza da superfície de Dimorphos, permitindo calcular quanto material foi levantado pela colisão, o quão rápido ele foi ejetado, e como essa nuvem de detritos se dissipa no espaço.

Essas imagens também indicarão se a DART levantou apenas uma fina camada de poeira da superfície ou se o impacto teve força suficiente para levantar grandes pedaços do asteroide.

A missão é o primeiro teste de defesa planetária com o objetivo de proteger a Terra do impacto de asteroides perigosos. A ideia é provocar intencionalmente a colisão de uma sonda contra a superfície do corpo para gerar uma pequena alteração de trajetória – o suficiente para desviar o asteroide e levá-lo para longe do nosso planeta.

O asteroide Dimorphos tem apenas 160 metros de diâmetro e orbita um asteroide maior: Didymos, com 780 metros de largura. A expectativa é que a colisão da DART tenha empurrado Dimorphos um pouco mais perto de Didymos, diminuindo a duração de sua órbita em cerca de 4 minutos.

Apesar do sucesso no impacto, ainda não se sabe se a NASA conseguiu de fato alterar a órbita de Dimorphos. Astrônomos estão analisando os dados e devem revelar mais novidades nas próximas semanas.

Além disso, a Agência Espacial Europeia (ESA) pretende lançar a missão Hera, em 2024. A missão consiste em enviar um par de pequenas sondas para Dimorphos para verificar mais de perto se a missão DART realmente funcionou.

Hemerson Brandão

Hemerson Brandão

Hemerson é editor, repórter e copywriter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.

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