Astrônomos encontraram uma estrela anã branca ultradensa do tamanho da Lua

O objeto é a menor e mais massiva anã branca já registrada.
Representação artística da anã branca, à esquerda, em comparação com nossa Lua, à esquerda. Ilustração: Giuseppe Parisi

Imagine uma estrela incandescente que contém mais massa do que o nosso Sol embalada em uma orbe um pouco maior do que a nossa Lua. Essa é a ZTF J190132.9+145808.7, uma anã branca recorde recentemente identificada por astrônomos.

Ela foi vista da Zwicky Transient Facility — daí as primeiras letras de seu nome –, que opera na Califórnia e no Havaí. Com base no campo magnético e na massa extremas do objeto — quase um bilhão de vezes mais forte que o Sol e 1,35 vezes sua massa — os pesquisadores acreditam que é o resultado de uma fusão de anãs brancas. O estudo foi publicado na Nature.

Anãs brancas são o estágio final de muitas estrelas de pequeno e médio porte. Quando elas orbitam umas às outras (no que é chamado de sistema estelar binário) eventualmente se fundem, podendo se tornar uma supernova. Mas se elas não são tão massivas, apenas formam uma anã branca maior. “Percebemos este objeto muito interessante que não era grande o suficiente para explodir”, disse Ilaria Caiazzo, astrofísica do Instituto de Tecnologia da Califórnia e principal autora do artigo. “Estamos realmente investigando o quão grande uma anã branca pode ser.”

ZTF J190132.9+145808.7 também tem uma rotação muito rápida, realizando um ciclo completo em pouco menos de sete minutos. Seu diâmetro é de cerca de 4,2 quilômetros, um pouco menor do que as menores anãs brancas anteriormente conhecidas, que tinham diâmetros de cerca de 4,9 km. O estudo da força do campo magnético da estrela em conjunto com sua rotação rápida levou a equipe de pesquisa à conclusão de que a anã já foi duas estrelas separadas que se juntaram em uma colaboração densa e giratória.

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A equipe acredita que ZTF J190132.9+145808.7 tem uma chance de se transformar em uma estrela de nêutrons, um possível estágio final da vida estelar em que ela acabará entrando em colapso sobre si mesma. “É tão massivo e denso que, em seu núcleo, os elétrons estão sendo capturados por prótons nos núcleos para formar nêutrons”, disse Caiazzo, em comunicado. “Como a pressão dos elétrons empurra contra a força da gravidade, mantendo a estrela intacta, o núcleo entra em colapso quando um número grande o suficiente de elétrons é removido.”

Muitas incógnitas surgem — por exemplo, a forma como os fortes campos magnéticos surgem das fusões de anãs brancas e a prevalência de tais fusões entre as anãs brancas no espaço. Os telescópios continuam olhando para o céu, então, enquanto essas estrelas permanecerem grandes o suficiente para serem vistas, dá para dizer que haverá mais recordes no futuro.

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