Autópsia virtual identifica múmia de criança do século 17

Criança pertenceu a aristocracia austríaca e morreu quando tinha aproximadamente um ano de idade - com raquitismo e pneumonia
Autópsia virtual identifica múmia de criança do século 17
Imagem: Andreas G. Nerlich et.al/Divulgação

Uma equipe formada por pesquisadores austríacos e alemães desvendou a causa da morte de uma criança que morreu por volta do ano 1600. A pequena múmia foi encontrada na cripta de uma família aristocrática austríaca, mas ainda não havia sido estudada pela ciência. 

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Enquanto os outros corpos estavam em caixões elaborados de metal, o bebê de aproximadamente um ano foi colocado dentro de um caixão de madeira sem identificação. Exames apontaram que a criança estava embrulhada em seda cara, e a cripta em que estava era reservada aos poderosos condes de Starhemberg, que enterraram ali seus filhos e esposas. 

Essas observações levaram os cientistas a crer que a criança era provavelmente o primogênito de um conde de Starhemberg. O candidato mais provável é Reichard Wilhelm, que foi colocado ao lado de seu avô de mesmo nome Reichard von Starhemberg. O estudo completo foi publicado na revista científica Frontiers in Medicine.

Os pesquisadores realizaram uma autópsia virtual por meio de tomografia computadorizada. A análise do tecido mole mostrou que a múmia do sexo masculino estava acima do peso para sua idade, mas desnutrido. Ele recebeu comida suficiente para engordar, porém suas costelas malformadas apontam que ele sofria de raquitismo grave.

O enfraquecimento dos ossos é consequência da falta de vitamina D. Na época, os nobres relacionavam os tons de pele claros a certo status social, já que essas pessoas não precisavam trabalhar sob o Sol. Por conta disso, a família pode ter privado o menino dos raios solares. A criança também estava com uma inflamação dos pulmões, característica de pneumonia.

A mortalidade infantil precoce era relativamente comum no século 17. Sendo assim, o estudo pode ajudar os cientistas a reconstruírem a vida dos bebês daquela época, incluindo aqueles nascidos em classes sociais mais altas.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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