Ciência

Ayahuasca: USP busca voluntários para estudos com substância

Cientistas da USP buscam voluntários para estudar a ayahuasca. A ideia é entender seus efeitos e um possível uso terapêutico
Imagem: iStock/Reprodução

Pesquisadores do Laboratório de Psicofarmacologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP estão buscando voluntários para quatro estudos com a ayahuasca.

Um vai avaliar o efeito da ayahuasca, bebida preparada a partir de duas plantas amazônicas conhecidas como chacrona (Psychotria viridis) e o cipó jagube ou mariri (Banisteriopsis caapi), e cetamina, que é um anestésico, no Transtorno Depressivo Maior (TDM).

A humanidade usa ayahuasca há pelo menos mil anos. A bebida causa alucinações poderosas: alguns usuários relatam até mesmo viagens espirituais e encontros com seres de outras dimensões.

Cientistas de todo mundo buscam estudar a ayahuasca para entender seus efeitos e um possível uso terapêutico.

Como participar dos estudos

Os participantes devem ter 18 anos ou mais, ter diagnóstico de TDM e bom estado geral de saúde. Para participar, os interessados devem ser moradores de Ribeirão Preto ou da região e devem entrar em contato via e-mail: gionorossi@gmail.com.

Já outro estudo do grupo busca voluntários com 18 anos ou mais, diagnosticados com estresse pós-traumático (TEPT) e com bom estado geral de saúde para avaliar o efeito da ayahuasca no tratamento do TEPT.

Os participantes devem ter 18 anos ou mais, diagnóstico de TEPT e apresentar bom estado geral de saúde. Para participar, os interessados devem ser moradores de Ribeirão Preto ou da região e devem entrar em contato via e-mail: lorenaterene@usp.br.

Um terceiro estudo vai avaliar o efeito da ayahuasca em pacientes oncológicos com sintomas depressivos e/ou ansiosos.

Os voluntários devem ter entre 18 e 65 anos, ter o diagnóstico de câncer (tumor sólido), presença de sintomas depressivos e/ou ansiosos e não estarem realizando quimioterapia e/ou radioterapia. Para participar, os interessados devem ser moradores de Ribeirão Preto ou da região e devem entrar em contato via e-mail: renanmaekawa@gmail.com.

Por fim, os pesquisadores também buscam voluntários para estudos com ibogaína, substância retirada da raiz iboga. Esse estudo vai avaliar o efeito da ibogaína em pessoas com transtorno por uso de álcool.

Os voluntários devem ter entre 18 e 65 anos e ter transtorno por uso de álcool. Não podem ter diagnósticos prévios de transtornos psicóticos ou transtorno bipolar.

Também não podem ter nenhuma outra complicação clínica, como problemas cardíacos, renais ou hepáticos. Para participar, os interessados devem ser moradores de Ribeirão Preto ou da região e devem entrar em contato via e-mail: mendesrjuliana@gmail.com.

Como a ayahuasca afeta o cérebro

Tentando desmistificar a ayahuasca, cientistas do Imperial College London, no Reino Unido, resolveram investigar os efeitos do alucinógeno no cérebro.

Para isso, focaram na dimetiltriptamina (DMT), o composto psicodélico encontrado na Psychotria viridis – flor usada para fazer a bebida amazônica.

A equipe detectou impactos, principalmente, nas áreas altamente evoluídas do cérebro relacionadas ao planejamento, linguagem, memória, tomada de decisões complexas e imaginação.

Os cientistas também notaram que as regiões em que conjuramos a realidade tornam-se hiperconectadas, apresentando uma comunicação mais caótica, fluida e flexível.

Segundo os pesquisadores, quanto mais alta a intensidade da experiência, mais hiperconectadas ficavam as regiões do cérebro ligadas a imaginação e outras funções consideradas “de nível superior”. O estudo completo foi publicado na revista científicas PNAS.

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Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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