Bernardinelli-Bernstein, o maior cometa já registrado, está se aproximando do Sol

Podendo medir entre 100 e 370 quilômetros de diâmetro, esta mancha pode ser o maior cometa já observado por astrônomos.
Imagem: LOOK/LCO

O cometa Bernardinelli-Bernstein, como é conhecido agora, não fará sua aproximação mais perto do Sol por mais 10 anos. Contudo, o corpo celeste já está dando sinais de vida, como mostra esta nova imagem maravilhosa que ilustra a notícia.

Astrônomos do Observatório Las Cumbres (LCO) captaram a foto na noite de 22 de junho de 2021, confirmando como um cometa ativo. O objeto de entrada da nuvem Oort, inicialmente designado como planeta pequeno 2014 UN271, agora foi renomeado cometa C2014 UN271 Bernardinelli-Bernstein, em homenagem a seus dois descobridores, Pedro Bernardinelli e Gary Bernstein, ambos usando o projeto Dark Energy Survey (DES) para mapear galáxias.

O LCO divulgou uma imagem do cometa em 14 de julho, mostrando uma camada nebulosa ao redor do núcleo cometário. Ele foi detectado nos dados do Dark Energy Survey coletados pelo telescópio Blanco no Chile, de 2013 a 2019. A confirmação do status ativo do cometa veio apenas três dias após o anúncio inicial de sua descoberta, em 19 de junho, quando o gelo começou a sublimar (passar de um estado sólido diretamente para gasoso), conforme o objeto se aproxima do Sol.

Imagem: NOIRLab/NSF/AURA/J. da Silva

Com um tamanho estimado entre 100 e 370 quilômetros, o objeto tem o potencial de estar entre os maiores cometas já descobertos. O tamanho de seu núcleo ainda precisa ser definido, então ainda é muito cedo para fazer qualquer proclamação definitiva sobre o assunto. Se confirmado, o objeto pode ter três vezes o tamanho do atual detentor do recorde, o cometa Hale-Bopp, que fez sua aproximação do Sol em 1995.

O Observatório Las Cumbres estava bem posicionado para confirmar se o objeto era um cometa. O laboratório possui uma rede de telescópios robóticos em todo o mundo, inclusive no hemisfério sul, onde as vistas do objeto são ideais. “Como o novo objeto estava bem no sul, sabíamos que não haveria muitos outros telescópios que pudessem observá-lo”, explicou Tim Lister, cientista da equipe da LCO, em um comunicado.

A imagem principal foi adquirida por telescópios LCO localizados no Observatório Astronômico Sul-Africano. Devido a um fuso horário, os astrônomos da Nova Zelândia e membros do Projeto LCO Outbursting Objects Key (LOOK)  foram os primeiros a detectar os sinais reveladores de um cometa.

O status ativo do cometa é um resultado importante, dada sua localização atual a quase 3 bilhões de quilômetros do Sol. A aproximadamente 20 Unidades Astronômicas (UA) do Sol (em que 1 UA é igual à distância média da Terra ao Sol), o objeto está atualmente mais próximo do que Netuno (30 UA), mas ainda mais do que o dobro de Saturno (9,5 UA). Levará mais 10 anos para o cometa Bernardinelli-Bernstein fazer sua abordagem mais próxima, quando estará a 10,95 UA do Sol. Depois de atingir o ponto do periélio, o cometa retornará à nuvem de Oort, em uma jornada que pode levar centenas de milhares e possivelmente até milhões de anos.

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O cometa já está ativo, então é emocionante pensar em como ele seria em 2031. Dito isso, provavelmente não será visível a olho nu, dadas as tremendas distâncias envolvidas. Mas não deve ser problema observar o cometa com um telescópio. 

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