Ciência

É muito “Black Mirror”: bilionários querem ser congelados e virar imortais

Empresas que utilizam criogenia para congelar corpos após a morte estão recebendo investimento de bilionários para pesquisar a imortalidade
Imagem: Wikimedia Commons/ Reprodução

Se o dinheiro ainda não pode comprar tudo, ele está ao menos tentando. Na verdade, seus donos estão. De acordo com a Mother Jones, ao menos quatro bilionários da tecnologia já demonstraram interesse na busca pela imortalidade por meio da criogenia.

São eles: Sam Altman, ex-CEO da OpenAI; Jeff Bezos, da Amazon; Larry Ellison, da Oracle e Peter Thiel, da PayPal.Segundo o veículo, eles estão investindo centenas de milhões de dólares em startups e pesquisas baseadas na ideia da criogenia. 

Ela consiste em congelar o corpo – ou apenas a cabeça – de uma pessoa após a morte, na espera de que a ciência evolua e, futuramente, exista a possibilidade de ressurreição. 

Como é feito

Embora a criogenia seja mais antiga e tenha outros propósitos que não apenas possibilitar a vida após a morte, essa ideia ganhou destaque pela primeira vez na metade dos anos 1960. Foi neste período que Robert Ettinger publicou o livro “The Prospect of Immortality”.

Em geral, o processo consiste em conservar o corpo em temperaturas baixíssimas. Para isso, o cadáver é transportado em gelo para a empresa contratada. Então, todo o sangue é drenado e substâncias conservantes são injetadas no organismo.

Por fim, o corpo é guardado de cabeça para baixo em um tanque com nitrogênio líquido. Lá, a temperatura cai aos poucos, para evitar que as células se danifiquem, com objetivo de chegar a -196 ºC.

Dessa forma, uma pessoa morta – ou apenas sua cabeça – pode ser conservada por tempo indeterminado. Atualmente, ao menos três empresas realizam o procedimento de criogenia: a Alcor Life Extension Foundation, a Cryonics Institute, ambas nos Estados Unidos, e a KrioRus, na Rússia. 

De acordo com o que disse à Mother Jones o co-CEO da Alcor, James Arrowood, algumas das pessoas mais ricas e importantes da indústria da tecnologia estão em contato com sua empresa.

Mas funciona?

Não há qualquer comprovação de que a criogenia leva à imortalidade. Nem mesmo os bilionários que investiram seus dinheiros em pesquisa na área sabem o futuro desta técnica – mas querem investigar as possibilidades.

“Eu não espero, necessariamente, que funcione, mas acredito que é o tipo de coisa que nós deveríamos tentar fazer”, afirmou Peter Thiel à CNN.

Além dos bilionários, outras pessoas também acreditam e investem no procedimento. De acordo com reportagem da revista Smithsonian, há ao menos 199 corpos preservados por criogenia na Alcor.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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