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Telescópio do sertão: “Bingo” deve iniciar operações em 2023

Com investimento de R$ 30 milhões, o maquinário deverá captar ondas de rádio para obter informações sobre o setor escuro do Universo. Saiba mas detalhes

Radiotelescópio brasileiro Bingo construído na Paraíba deve explorar setor escuro do Universo

Imagem: bingotelescope.org/Divulgação

Em breve, um novo maquinário construído no Brasil deve começar a explorar o céu. Estamos falando do Bingo, um radiotelescópio idealizado pela Universidade de São Paulo (USP) que está sendo construído em Aguiar, no sertão da Paraíba. 

Nesta semana, foram publicados sete artigos sobre o equipamento na revista científica Astronomy & Astrophysics. Tudo isso faz parte de um aquecimento para sua inauguração, planejada para o primeiro semestre de 2023. 

A sigla Bingo equivale a Baryon Acoustic Oscillations from Integrated Neutron Gas Observations (“oscilações acústicas de bárions em observações integradas de gás neutro”, em português).

Apesar do nome complicado, seu objetivo é simples: mapear e analisar emissões de gases no céu, captadas como ondas de rádio, para entender o funcionamento do setor escuro do Universo. 

Basicamente, os cientistas querem mapear onde há mais ou menos hidrogênio no espaço, conseguindo informações sobre a expansão do cosmos. Dessa forma, poderão por consequência estudar a matéria escura, que é responsável pela ampliação do Universo.

A equipe escolheu instalar o observatório no sertão da Paraíba por ser uma zona consideravelmente limpa. Lá, o radiotelescópio não sofrerá interferência de ondas de rádio vindas de aparelhos celulares, televisões, aviões, entre outros dispositivos.

Além disso, o local fica próximo da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), também envolvida no projeto.

O Bingo terá duas antenas: uma com 40 metros de diâmetro e a segundo com 34 metros de diâmetro. A estrutura total do radiotelescópio tem tamanho similar ao do tradicional Maracanã, estádio no Rio de Janeiro. 

Foram investidos no projeto R$ 30 milhões, com a maior parte dos recursos vindos da Fapesp, da Finep, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do governo da Paraíba, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), e também de outros países, como a China.

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