Um novo relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) revelou que o consumo de tabaco no Brasil caiu 35% desde 2010. O número evidencia o avanço proporcionado por medidas adotadas no país de combate ao tabagismo mesmo em um cenário em que a indústria estimula o hábito de fumar.
O bom desempenho brasileiro fez com que a OMS destacasse o país como um exemplo, junto à Holanda, de enfrentamento ao consumo de tabaco no mundo. No total, 150 países reduziram o tabagismo.
Mas o mundo ainda está distante da meta da organização, que é reduzir 30% do consumo de tabaco no planeta até 2025. As estimativas é que o conjunto de países alcancem uma redução relativa de 25% neste prazo.
Enfrentamento ao tabagismo
De acordo com a OMS, 1 em cada 5 adultos usa algum produto de tabaco. Considerado como doença crônica, o tabagismo é a maior causa de adoecimento e morte precoce em todo o mundo.
Dessa forma, a instituição estabeleceu orientações às nações, estipuladas pela Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. Entre elas, estão medidas como monitorar o uso do tabaco e as políticas de prevenção, oferecer ajuda para parar de fumar, aumentar impostos, proibir propagandas e avisar sobre os perigos da substância.
Os custos do Brasil
Ainda que tenha avançado na luta contra o tabagismo, a dependência ainda gera altos custos ao país. De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o Brasil gasta aproximadamente R$125 bilhões por ano para combater doenças associadas ao uso de produtos derivados do tabaco.
Por exemplo, diversos tipos de câncer, doenças respiratórias e enfermidades cadiovasculares. Destes gastos, a maior parte é destinada para custos médicos diretos.
Outra porção vai para o cuidado de familiares e pessoas que convivem com consumidores de tabaco. E, por fim, existem também custos indiretos decorrentes da perda de produtividade devido à morte prematura e incapacidade.
Cigarro eletrônico, um desafio
Embora tenha a importação, propaganda e venda proibidas no Brasil, o cigarro eletrônico é comercializado ilegalmente no país. Segundo dados do IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), mais de dois milhões de brasileiros são consumidores frequentes.
Em 2018, esse número era inferior a 500 mil pessoas, o que evidencia o aumento do uso dos chamados “vapes”. Assim como o cigarro tradicional, o eletrônico também causa diversos problemas à saúde, como cáries nos dentes e lesão pulmonar.