Brasil é o 2º país mais perigoso para ambientalistas no mundo, diz pesquisa
Uma pesquisa realizada pela ONG Global Witness revelou que o Brasil é o segundo país mais letal para ambientalistas em todo o mundo. O país só ficou atrás da Colômbia em número de ativistas assassinados.
Os dados divulgados pela instituição apontam que um em cada cinco assassinatos de defensores do meio ambiente aconteceu na Floresta Amazônica. Ao todo, pelo menos 177 ativistas ambientais foram mortos em 2022, em decorrência de suas atuações ao redor do planeta.
Desses, 34 dos assassinatos ocorreram em território brasileiro. A Colômbia, que lidera o ranking, teve 60 assassinatos — número que é o dobro dos casos contabilizados em 2021. Já o México ficou em terceiro lugar, com 31 mortes.
Por isso, de forma geral, foi possível observar um aumento de 23,6% com relação ao ano anterior. Destaca-se também o fato de que 88% dos casos aconteceram na América Latina, com 36% dos ambientalistas tendo origem indígena.
Empresas também estão envolvidas
O relatório também aponta que empresas sediadas no Reino Unido, na União Europeia e nos Estados Unidos estão ligadas a violações cometidas contra comunidades indígenas.
Um exemplo é o ouro extraído ilegalmente das terras Kayapó, no Estado do Pará. O relatório indica que ele é encontrado na refinaria italiana Chimet e na mineradora inglesa Serabi Gold.
Por outro lado, de acordo com a Global Witness, a quantidade total de assassinatos de ambientalistas pode ser maior, já que existem restrições à liberdade de imprensa e falta de monitoramento independente, principalmente na África, Ásia e Oriente Médio.
Amazônia perto dos limites críticos
O trabalho dos ambientalistas se torna cada vez mais importante, uma vez que o aquecimento global pode gerar danos irreversíveis nas árvores da Amazônia, revela um novo estudo publicado na revista Nature.
Assim, segundo o levantamento, nas copas das árvores, a temperatura média chegou a 40º C, muito próxima da temperatura crítica — entre 44º C e 50º C. Os cientistas chamam esta temperatura de ponto de não retorno. Ela causa, por exemplo, danos irreversíveis e a morte das folhas, prejudicando a produção de energia e a fixação do carbono da atmosfera.
Além disso, segundo as medições feitas por um grupo internacional de cientistas, a temperatura média no chão da floresta foi de 34º C, o que está acima da temperatura ideal para a produção de energia pelas árvores a partir da luz solar — a fotossíntese.
O estudo também contou com com participação de pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo).