O Brasil assinou nesta semana um acordo para a participação do país no Programa Artemis, da NASA. A ideia do governo brasileiro é usar a expertise da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para produzir alimentos em uma futura base lunar.
A Agência Espacial Brasileira (AEB) também está envolvida no projeto com a NASA. A Embrapa assume o papel de provedora de dados, tecnologias e produtos, contribuindo para a conquista do espaço e beneficiando o cotidiano da sociedade brasileira.
A expectativa é que a colaboração auxilie na superação de desafios como as mudanças climáticas, novas formas de produção, como fazendas verticais e cultivares com características que atendam aos novos mercados.
Até o momento, 28 países assinaram os chamados Acordos Artemis. O Brasil, 12º signatário, firmou o documento em 15 de junho de 2021. A assinatura desta semana foi um registro simbólico do acordo firmado.
Agora, o objetivo é avançar no desenvolvimento de sistemas de produção e adaptação das culturas de batata-doce e grão de bico, espécies consideradas opções de base alimentar para humanos em condições fora da Terra.
Como alimentos vão ser cultivados no espaço
A NASA está procurando maneiras de fornecer nutrientes aos astronautas de forma duradoura e de fácil absorção – frutas e vegetais frescos recém-cultivados. O desafio é como fazer isso em um ambiente fechado, sem luz solar ou gravidade da Terra.
Atualmente, a NASA trabalha com o Sistema de Produção de Vegetais, conhecido como Veggie. Esta é uma horta que fica na estação espacial.
A horta tem aproximadamente o tamanho de uma bagagem de mão e normalmente acomoda seis plantas. Cada planta cresce em um “travesseiro” à base de argila e fertilizante.
As almofadas são importantes para ajudar a distribuir água, nutrientes e ar em um equilíbrio saudável ao redor das raízes. Caso contrário, as raízes se afogariam na água ou seriam engolfadas pelo ar devido à forma como os fluidos no espaço tendem a formar bolhas.
Na ausência de gravidade, as plantas utilizam outros fatores ambientais, como a luz, para orientar e guiar o crescimento. Um banco de diodos emissores de luz (LEDs) acima das plantas produz um espectro de luz adequado ao crescimento das plantas.
Como as plantas refletem muita luz verde e usam mais comprimentos de onda vermelhos e azuis, a câmara Vegetal normalmente brilha em rosa magenta, explica a NASA.