China anuncia construção de base na Lua dois anos antes dos EUA

Estrutura básica deve ficar pronta até 2028. China terá parceria com os russos e contará com usina nuclear para gerar eletricidade
China anuncia construção de base na Lua dois anos antes dos EUA
Imagem: CNSA/Divulgação

A China anunciou nesta semana que pretende terminar a construção da estrutura básica de uma estação de pesquisa na superfície da Lua até o ano de 2028. Se essa meta for cumprida, ela ficará pronta para receber astronautas antes mesmo da base que será construída pelos EUA – prevista para 2030.

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Segundo Wu Weiren, designer-chefe do programa chinês de exploração lunar, os astronautas da base terão à disposição um módulo de pouso, um orbitador e um rover que utilizará energia nuclear.

A base chinesa será construída no Polo Sul da Lua — o mesmo local onde a NASA pretende enviar a missão Artemis 3, bem como construir a sua própria base. O local é visado, pois ele pode conter grandes reservas de água no interior de crateras, o que poderia sustentar colônias de longa duração na superfície lunar.

Os detalhes técnicos ainda não foram revelados, mas é esperado que a usina nuclear instalada na Lua pelos chineses tenha capacidade para gerar 1 megawatt de eletricidade, o que é suficiente para abastecer centenas de residências por ano aqui na Terra. Como as noites lunares duram cerca de duas semanas, os astronautas na Lua não poderão depender exclusivamente da painéis solares para gerar eletricidade.

Vale lembrar que a China e os EUA não estão sozinhos nessas empreitadas. No lado americano, a construção de uma base permanente na Lua faz parte dos planos de longo prazo do programa Artemis – que tem como parceiros principais as agências espaciais da Europa, Canadá e Japão, além de um consórcio formado por 20 países, incluindo o Brasil.

Já a China se aliou inicialmente aos russos, mas já deixou claro que está aberta para fechar parcerias com outros países interessados. A ideia é que a base chinesa seja ampliada com o passar do tempo para dar lugar a uma “Estação de Pesquisa Científica Internacional”, recebendo astronautas de várias nacionalidades para trabalhar lá de tempos em tempos.

Uma nova corrida espacial entre China e EUA?

Apesar de a China descartar um clima de disputa com os americanos, o atual administrador da NASA, Bill Nelson, já fala em uma nova corrida espacial – demonstrando preocupação com os futuros planos lunares da China. Nelson chegou a ventilar a possibilidade de uma possível parceria com os chineses, mas destacou que seria necessário que o gigante asiático fosse mais transparente em suas operações espaciais.

Atualmente, os chineses estão desenvolvendo as missões robóticas Chang’e 6, 7 e 8 para serem lançadas nos próximos anos e abrir caminho para a construção do futuro posto avançado. A expectativa é que a primeira missão tripulada chinesa seja lançada em direção à Lua nos próximos 10 anos.

Por sua vez, a NASA lançou neste mês a Artemis 1, uma missão que busca testar o foguete SLS (Sistema de Lançamento Espacial) e a espaçonave Orion, com o objetivo de certificar que eles estão prontos para retomar os voos tripulados para a superfície da Lua, a partir do ano de 2025 – com a Artemis 3.

Nos anos seguintes, os planos da NASA incluem a construção da Gateway – uma estação espacial ao redor da Lua, a partir de 2027; e o envio de um rover pressurizado e o início da construção de um habitat na superfície lunar, por volta de 2030. Assim como os chineses, os EUA também pretendem levar uma usina nuclear para a Lua.

Hemerson Brandão

Hemerson Brandão

Hemerson é editor, repórter e copywriter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.

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