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Brasil investiga se mulher recém-chegada da China tem coronavírus

O coronavírus que surgiu na China e já matou pelo menos 17 pessoas pode ter chegado ao Brasil. O caso está sendo monitorado em Belo Horizonte e envolve uma brasileira que esteve no país asiático há poucos dias.

Enfermeiros transferem pacientes para o hospital Jin Yintan em 17 de janeiro de 2020, em Wuhan, China

Enfermeiros transferem pacientes para o hospital Jin Yintan em 17 de janeiro de 2020, em Wuhan, China. Foto: Getty

O coronavírus que surgiu na China e já matou pelo menos 17 pessoas pode ter chegado ao Brasil. Nesta terça-feira (21), foi identificada na UPA Centro Sul de Belo Horizonte uma paciente, brasileira, de 35 anos, que esteve em Xangai, na China e que desembarcou em Belo Horizonte no dia 18 de janeiro, com sintomas respiratórios, compatíveis com doença respiratória viral aguda.

Como ela esteve na China, país em que há um surto de casos do coronavírus batizado de “2019-nCoV”, as autoridades trabalham com a hipótese de doença e o caso foi notificado como suspeito. A paciente não apresenta sinais de gravidade clínica, mas foi conduzida rapidamente para o Hospital Eduardo de Menezes (HEM).

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, o HEM é referência estadual para o atendimento de doenças infectocontagiosas, emergências em saúde pública e atenção aos agravos de interesse sanitário e que para esses casos é necessária resposta rápida e qualificada, com isolamento em área específica e monitoramento clínico cuidadoso e de resultados de exames.

O caso segue sendo investigado e a Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais) informa que os exames capazes de confirmar ou descartar a hipótese diagnóstica encontram-se em andamento em laboratórios de referência.

De acordo com a paciente, ela não esteve na região de Wuhan e relata não ter tido contato com pessoa sintomática na China.

Atualização às 17h00: O Ministério da Saúde divulgou uma nota negando que o caso da paciente seja uma suspeita por infecção pelo coronavírus:

“O caso noticiado pela SES/MG (Secretaria de Estado de Saúde) não se enquadra na definição de caso suspeito da Organização Mundial da Saúde (OMS), tendo em vista que o paciente esteve em Xangai, onde não há, até o momento, transmissão ativa do vírus. De acordo com a definição atual da OMS, só há transmissão ativa do vírus na província de Whuan,” diz o Ministério da Saúde.

Pelo menos um caso do 2019-nCoV foi registrado em Xangai, de acordo com um relatório da OMS.

Quando casos do novo vírus foram relatados pela primeira vez por médicos na China em dezembro de 2019, o surto parecia estar limitado a pessoas que tinham visitado um determinado mercado de alimentos em Wuhan, onde provavelmente a transmissão ocorreu pelo contato com animais.

Havia esperança de que a doença não teria transmissão direta entre humanos. Com a identidade genética do vírus descoberta e novos testes criados para detectá-la nas pessoas, descobriu-se que ele poderia ser passado de humano para humano. Há confirmação de que profissionais da área da saúde foram infectados na China.

Casos ao redor do mundo

Atualmente, há quase 400 casos confirmados de 2019-nCoV na China, inclusive entre trabalhadores da área de saúde, além de 17 mortes confirmadas – os números podem ser ainda maiores segundo pesquisadores no Reino Unido. Na segunda-feira, os agentes de saúde chineses também confirmaram que o vírus tem transmissão direta entre humanos. Os casos não estão restritas à cidade de Wuhan.

Japão, Coréia do Sul, Taiwan e Tailândia também relataram casos de 2019-nCoV. Nesta terça-feira (21), os Estados Unidos também relataram o primeiro caso de um paciente infectado em solo americano – ele tinha viajado recentemente para a região de Wuhan, na China. Há suspeitas no México, em Hong Kong, nas Filipinas e na Austrália, segundo o G1.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) se reúne nesta quarta em Genebra, na Suíça, e pode decretar “emergência de saúde pública de interesse internacional”. Especialistas de saúde chineses levantaram preocupações de que o surto se agrave com o início do Ano Novo chinês, que se prolonga por uma semana

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) recebeu orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Panamericana de Saúde (OPS) para fortalecerem as atividades de vigilância para detectar qualquer evento incomum de saúde respiratória.

Sintomas e transmissão

Ainda não há detalhes sobre o novo vírus, mas os sintomas são parecidos com o de uma pneumonia e causa febre, tosse, falta de ar e dificuldade em respirar. Acredita-se que a transmissão se dê de uma forma similar ao vírus da gripe. O período de incubação e a origem do vírus ainda não foram identificados.

Em desenvolvimento…

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