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Brasil testa tratamento com plasma de pacientes curados para combater coronavírus

Um tratamento promissor para os pacientes com o novo coronavírus será testado em hospitais brasileiros: o uso de plasma de pacientes curados.

Plasma congelado

Plasma fresco congelado Imagem: DiverDave via Wikimedia

Um tratamento promissor para os pacientes com o novo coronavírus será testado em hospitais brasileiros: o uso de plasma de pacientes curados. A medida foi aprovada pela Comissão de Ética em Pesquisa (Conep) e testes clínicos deverão ocorrer em breve, seguindo os passos de outros países que também analisam o método.

De acordo com o Jornal da USP, o Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP, além de outros hospitais paulistas como Albert Einstein e Sírio-Libanês, estão analisando as melhores formas de aplicar o novo método. No Rio de Janeiro, a infusão de plasma já está sendo testada quando pacientes estão em estado grave.

Os pesquisadores acreditam que o plasma de um indivíduo curado pode ajudar um paciente doente por já conter anticorpos contra a infecção.

A ideia dos médicos do Hospital das Clínicas é iniciar o uso do plasma antes de a infecção se tornar grave. “Ainda há várias dúvidas a serem respondidas a respeito desse tratamento, mas achamos que a infusão deve acontecer antes de o paciente evoluir para um quadro de insuficiência respiratória, o que aumentaria as chances de recuperação”, explicou Vanderson Rocha, professor da área de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular da Faculdade de Medicina (FM) da USP.

“O plasma é um componente líquido do sangue rico em anticorpos contra as infecções. O tratamento por infusão dessa substância já foi usado inclusive no combate à influenza e a Sars, no início de 2003. Já temos essa experiência, mas ainda é uma coisa nova em relação à covid-19”, disse.

Há um processo rigoroso para a doação do plasma: elas precisam ter sido infectadas pelo coronavírus há mais de 15 dias e há menos de 45 dias e que estiverem sem sintomas por 14 dias e não apresentarem outras doenças infecciosas.

Para decidir quem receberá o plasma durante os testes, um consórcio de pesquisadores irá discutir as prioridades. É provável que pessoas que apresentem sintomas e estejam no início da fase de necessidade de oxigênio sejam as primeiras submetidas ao tratamento.

De acordo com uma reportagem do Estadão, as infusões serão feitas em pacientes graves internados em leitos de UTI ou na unidade semi-intensiva, em um período anterior ao da intubação e que ainda não tenham apresentado nenhuma resposta imunológica durante o pico da doença.

A Fundação Pró-Sangue está recebendo doações de homens de 18 a 60 anos e também de mulheres que não tiveram nenhuma gravidez e que apresentem as características exigidas. Após a retirada, o plasma é separado do sangue e é refrigerado antes da infusão.

Na China, a transfusão do plasma foi aplicada em 19 pacientes, mas ainda não há confirmação se os resultados foram eficazes.

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