Em dezembro, um brasileiro recebeu um implante cerebral como tratamento para o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) no hospital SOS Cárdio, de Florianópolis. Essa foi a primeira vez que a cirurgia foi realizada em Santa Catarina.
Até agora, o procedimento já foi aplicado em pacientes nos estados de Goiás, São Paulo e Rio Grande do Sul. Também é adotado em outros países do mundo. No entanto, o implante do chip só é indicado para pacientes que não respondem a tratamentos tradicionais, de forma que os sintomas prejudicam a qualidade de vida do paciente.
De modo geral, o TOC é uma condição psiquiátrica que faz com que uma pessoa tenha obsessões e compulsões. Por exemplo, com organização, limpeza e sequências de ações, como guardar objetos sempre na mesma ordem e nos mesmos lugares.
O transtorno pode se manifestar em crianças e adultos, mas tem picos de sintomas na infância e pré-adolescência.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o transtorno obsessivo compulsivo está na lista das dez condições mais incapacitantes que existem, por afetar bastante o cotidiano do portador. Geralmente, o tratamento é feito com acompanhamento psiquiátrico, psicológico e também pode demandar uso de medicamentos.
Contudo, quando esse método não apresenta resultados, a cirurgia é um caminho possível. Por isso, é considerada um avanço importante.
Sobre o procedimento
A estimulação cerebral profunda é uma técnica utilizada para tratar distúrbios neurológicos, como a epilepsia e o Parkinson. Para o TOC, o procedimento consiste em implantar um microchip em uma área do cérebro chamada de giro do cíngulo.
Localizada entre os dois hemisférios cerebrais, ela auxilia no processo de modular emoções. Assim, após a implantação do chip, as descargas elétricas geradas ajustam a disfunção de comunicação dos neurônios que podem causar o distúrbio.
Segundo disse Wuilker Knoner, neurocirurgião responsável pelo procedimento recente, o implante de chip cerebral tem mostrado resultados promissores a médio e longo prazo.
Além do método que necessita de cirurgia, outros experimentos de estimulação cerebral não invasiva também mostraram potencial no tratamento do transtorno obsessivo compulsivo, como o Giz Brasil contou aqui.