Ciência

Pessoas com dermatite atópica têm maior risco de desenvolver TOC, diz estudo

Pesquisa revelou que indivíduos com dermatite atópica tinham quase 3 vezes mais risco de desenvolver TOC (transtorno obsessivo-compulsivo)
Imagem: Romina Farias/ Unsplash/ Reprodução

Segundo novo estudo publicado na revista Dermatological Research, pessoas com dermatite atópica têm quase três vezes mais chances de desenvolver TOC (transtorno obsessivo-compulsivo).

Os pesquisadores chegaram a essa conclusão depois de analisar dados de 214 mil participantes. De modo geral, o risco aumentado de desenvolver TOC era 2,87 vezes maior em indivíduos com a condição de pele do que em outras pessoas.

O que a dermatite atópica

A dermatite atópica — conhecida também como eczema — é uma condição que deixa pele seca, com coceira e inflamada. Em alguns casos, ela está relacionada a variações genéticas que afetam a barreira de proteção da pele.

Dessa forma, tem dificuldade em reter a umidade e proteger contra bactérias e outras substâncias irritantes, contato com animais, estresse e até mesmo com a mudança de temperatura durante as estações do ano. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, entre 15% e 25% das crianças e 7% dos adultos no Brasil possuem a condição. Contudo, em muitos casos, não sabem. 

Qual a ligação com TOC?

“Estamos aprendendo cada vez mais que a dermatite atópica é uma condição cutânea que envolve inflamação em todo o corpo”, diz Jeffrey Cohen, pesquisador da Escola de Medicina de Yale e autor do estudo. Dessa forma, os pesquisadores acreditam que essa inflamação sistêmica pode acelerar um processo inflamatório no cérebro.

Isso, por sua vez, pode contribuir para o desenvolvimento do TOC, e também de outras condições médicas. Além disso, os cientistas apontam que a coceira causada pela dermatite atópica também pode ser um gatilho para um comportamento repetitivo. 

De modo geral, uma pessoa com TOC se sente impelida a realizar atos compulsivos para aliviar o estresse. Isso leva a atitudes repetitivas, que acabam causando angústia e atrapalhando as tarefas diárias.

“À medida que descrevemos mais dessas relações, nossa capacidade de detectá-las rapidamente e fornecer cuidados abrangentes a todos os nossos pacientes é aprimorada”, diz Cohen.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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