Ciência

Brinquedo radioativo: em 1950, empresa criou mini laboratório de energia atômica

Mini laboratório de energia atômica vinha com urânio. Ele é considerado um dos brinquedos mais perigosos de todos os tempos
Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução

Depois de assistir o filme “Oppenheimer” (2023), talvez você ache absurdo um brinquedo infantil que ensina sobre energia nuclear. Imagine, então, um kit para crianças que simula um laboratório de energia atômica com materiais radioativos? Na década de 1950, uma empresa teve essa ideia e vendeu esse brinquedo, considerado um dos mais perigosos de todos os tempos.

O “Laboratório de Energia Atômica Gilbert U-238” (Gilbert U-238 Atomic Energy Lab) fez sucesso na época. A iniciativa foi da A. C. Gilbert Company, empresa norte-americana que já foi uma das maiores fabricantes de brinquedos do mundo, antes de fechar as portas no final da década de 1960.

Laboratório de Energia Atômica Gilbert U-238. Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução

Brinquedo emitia radiação

O nome U-238 faz referência ao Urânio 238, o isótopo estável do urânio, que não causa reações nucleares. Mesmo assim, ele emite radiação; ou seja, a brincadeira com certeza oferecia perigos às crianças. O conjunto tinha amostras de urânio e outros materiais radioativos.

O kit vinha com quatro amostras de urânio, além de itens como um eletroscópio, usado para identificar a presença de carga elétrica em objetos, e um contador Geiger, que mede radiação. Além disso, possuía outros tipos de metais com baixa radiação, como o chumbo, o rutênio e o zinco.

Em 1952, a empresa substituiu o produto por outro kit de energia atômica, que tinha menos urânio. Mas a grande preocupação era o valor alto, e não o perigo – na época, cada unidade do kit custava US$ 50.

 

 

Hoje, existem cerca de 500 kits do Gilbert U-238 Atomic Energy Lab espalhados pelo mundo. O brinquedo é considerado relativamente seguro, desde que os pequenos compartimentos com materiais radioativos não fossem rompidos.

Segundo o Museu da Radiação e Radioatividade, que fica no Tennessee, nos EUA, o brinquedo não foi primeiro produto “atômico” para crianças, mas foi o kit mais elaborado já comercializado.

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