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Buraco gigante no Chile completa 1 ano com graves sequelas ambientais

O que preocupa é o impacto do buraco para o meio ambiente e comunidades do Chile. Ele fica a 600 metros de dois povoados e um centro de saúde

Buraco gigante no Chile completa 1 ano com graves sequelas ambientais

Imagem: Sernageomin/Reprodução

Pouco mais de um ano após a descoberta de um buraco gigante no Deserto do Atacama, no Chile, ainda não se sabe exatamente como a cratera surgiu. O que se sabe é que o impacto ambiental ainda vai se arrastar por muitos anos.

O governo local multou a mineradora que atua na região e ainda há processos judiciais tramitando na Suprema Corte do país. A 1ª Vara Ambiental, por exemplo, confirmou que a exploração causou danos ao aquífero do rio Copiapó.

Segundo o órgão ambiental, o projeto “Continuidade Operacional da Mina de Alcaparrosa” teria descumprido compromissos ambientais, especificamente danos ao aquífero. Ele não apenas perdeu a capacidade, mas também a disponibilidade de água no subsolo.

Por outro lado, o que mais preocupa é o impacto do buraco para as comunidades locais do Chile. A abertura fica a apenas 600 metros de distância de dois povoados e um centro de saúde.

Por sua vez, a empresa Minera Ojos del Salado emitiu comunicado afirmando que recorrerão da medida cautelar decretada pelo Tribunal Ambiental. “Nossa Empresa não comunga da argumentação do CDE e, portanto, utilizará os recursos previstos em lei para se posicionar perante a Justiça Ambiental em relação a esta decisão”, afirmaram.

Na época da descoberta da cratera, o prefeito de Tierra Amarilla afirmou que o buraco pode ter sido causado por atividades extrativistas na área.

Relembre o caso

Em julho de 2022, os chilenos descobriram o buraco com mais de 64 metros de profundidade – quase o tamanho de um prédio de 20 andares. A cratera fica nas proximidades da mina de Alcaparrosa, na comuna de Tierra Amarilla.

Indiretamente, a mina pertence às mineradoras Lundin (80%) e Sumitomo (20%). Só em 2021, a Candelaria produziu 118,6 mil toneladas de cobre.

O Chile é responsável por 26% da oferta global de cobre. Além disso, ele é o principal produtor desse tipo de metal no mundo. Também tem produção significativa de Molibdênio, metal similar ao chumbo.

O buraco gigante também vem na esteira do lobby da indústria de mineração contra o aumento de impostos a projetos relacionados ao meio ambiente e comunidades locais, previsto na nova constituição chilena.

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