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Buraco no Atacama já tem tamanho de prédio de 20 andares; o que se sabe

Buraco na região chilena do Atacama foi descoberto no sábado (30); comunidades locais temem que sumidouro tenha originado de obras mineradoras

Buraco no Atacama já tem tamanho de prédio de 20 andares; o que se sabe

Imagem: Sernageomin/Twitter/Reprodução

As autoridades do Chile ainda buscam os motivos para o surgimento de um buraco gigante na comuna de Tierra Amarilla, na região do Atacama. Moradores encontraram o orifício no sábado (30), então com um diâmetro aproximado de 25 metros – mas há relatos de que está crescendo. 

Técnicos do Serviço Nacional de Geologia e Mineração do Chile confirmaram nesta terça-feira (2) que o buraco possui 32 metros de diâmetro e pelo menos 64 metros de profundidade – equivalente a um prédio de até 20 andares. 

O buraco fica próximo à mina Alcaparros, área que pertence à Candelária, grande mina de cobre ao norte do país. “Estamos preocupados”, disse o autarca da comuna, Cristóbal Zúñiga. “É um medo que sempre tivemos, o fato de estarmos rodeados por jazidas de mineração e obras subterrâneas”. 

O que mais preocupa são os possíveis motivos para o surgimento do buraco. “Solicitamos o esclarecimento do porque ocorreu este evento”, afirmou Zúñiga. “Queremos saber se o colapso é produto da atividade mineira ou outra coisa”. 

O que se sabe até agora 

Pouca coisa – mas existem algumas pistas. Havia uma obra vertical na mina Alcaparros, onde está o buraco do Atacama. Essa é uma das minas subterrâneas que compõem Ojos de Salgado – parte do complexo Candelaria.

Indiretamente, a mina Candelaria pertence às mineradoras Lundin (80%) e Sumitomo (20%). Só em 2021, a Candelaria produziu 118,6 mil toneladas de cobre. O buraco também vem na esteira do lobby da indústria de mineração contra o aumento de impostos a projetos relacionados ao meio ambiente e comunidades locais, previsto na nova constituição chilena.

Na segunda-feira (1), o Serviço Nacional de Geologia e Mineração determinou o fechamento dos acessos da mina e suspensão da obra nas proximidades do buraco.  “Funcionários irão ao local para avaliar a situação e fazer novas recomendações”, afirmou o órgão no Twitter. 

Outra definição é que ninguém se aproxime a menos de 100 metros de distância do local até que se saiba exatamente o que causou o sumidouro. Em análise, a Secretaria da Região Ministerial (Seremi) de Mineração do Atacama disse que não há risco de danos à população e que continuará monitorando a situação. 

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