Buraco no Chile aumenta de 40 para 64 metros e denota “risco de desastre”

Defesa Civil do Chile determinou entorno do buraco gigante, em Atacama, como "zona de alto risco"; abertura completou 1 mês na terça (30)
Buraco no Chile aumenta de 40 para 64 metros e denota "risco de desastre"
Imagem: Sernageomin/Twitter/Reprodução

A Defesa Civil do Atacama determinou o entorno da mina Alcaparrosa, onde está o buraco gigante do Chile, como zona de alto risco. A decisão veio depois do surgimento de novas rachaduras em área próxima ao sumidouro. 

A área fechada tem o formato de um polígono. Segundo a Defesa Civil chilena, a região se configura como uma “ameaça à vida e integridade física” da população. O local deverá ficar fechado até que estudos técnicos esclareçam o que motivou a abertura. 

O estado de alerta acompanha o crescimento do sumidouro. Autoridades dizem que o buraco está com 36,5 metros de diâmetro e 64 metros de profundidade. Há um mês, tinha 25 metros de circunferência e 40 metros até o fundo. 

A aparição do buraco do Chile completou um mês na terça-feira (30). Desde então, técnicos do governo chileno buscam respostas de mineradoras locais sobre o que poderia ter causado o buraco gigante com circunferência quase perfeita. 

Em 12 de agosto, a Superintendência de Meio Ambiente – similar a um ministério – ordenou à mineradora Ojos de Salgado seis medidas urgentes, entre elas um estudo de estabilidade do solo em um raio de 500 a 800 metros ao redor do buraco. 

A companhia também deveria entregar um estudo técnico para verificar se os volumes de água extraídos pela mineração geraram, ou não, prejuízo ao aquífero aluvial do Rio Copiapó. A Ojos de Salgado tem 30 dias úteis para entregar o estudo. 

O que diz a Ojos de Salgado 

Em entrevista, o presidente da mineradora, Luis Sánchez, disse que não há riscos à população. Ele afirmou que apenas a exploração do cobre em Tierra Amarilla não explica a formação de um buraco tão grande. 

“Este fenômeno é claramente devido a múltiplos fatores”, afirmou. “Estudos para analisar todos os fatores exigem tempo”. Segundo Sánchez, desde que o buraco foi descoberto, a empresa coletou mais de 60 mil dados sobre a área. 

Sánchez argumentou que a composição do solo pode ter sido um agravante, assim como uma inundação ocorrida em 2017. Isso, segundo a mineradora, pode ter fragmentado o solo, que tem uma composição argilo-calcária. “Pode ter causado uma degeneração progressiva que faz com que os solos migrem, primeiro gerando buracos e depois afundando”, pontuou. 

As autoridades chilenas já entraram com processo judicial para responsabilizar a mineradora.

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Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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