A chinesa BYD foi uma das dez montadoras de automóveis que mais venderam no Brasil em dezembro do ano passado. Aliás, ela superou montadoras como Peugeot e Citroen, que já atuam no mercado brasileiro há bastante tempo.
O principal responsável pelo bom número de vendas é o Dolphin, veículo 100% elétrico que tem preço abaixo de outros automóveis similares. O compacto custa algo em torno de R$ 150.000 e é uma alternativa como melhor custo-benefício para quem deseja entrar no universo dos eletrificados.
Hoje, o Brasil é um mercado estratégico para a companhia, que deve iniciar a produção em um novo complexo fabril em Camaçari, na Bahia. A empresa chinesa ocupará o mesmo local utilizado antes pela norte-americana Ford — até o encerramento de suas operações no país, em 2021.
Inicialmente, o objetivo é produzir 150 mil carros por ano, mas quando as operações forem totalmente estabelecidas em solo nacional, esta previsão saltará para 300 mil. Com a instalação no município baiano, a expectativa é de que sejam gerados mais de dez mil empregos.
Brasil terá um carro elétrico “popular”?
Para se tornar um das mais populares do Brasil, a empresa precisa superar o preconceito com carros chineses. Além disso, terá que concorrer de igual para igual com algumas montadoras que lideram o mercado nacional, como Fiat, Volkswagen e General Motors, além das japonesas Toyota, Nissan e Honda.
No último trimestre do ano passado, a companhia ultrapassou a Tesla, do bilionário Elon Musk. Ela se tornou a maior fabricante de elétricos no mundo no período. Além disso, mesmo com os bons números na reta final de 2023, no recorte do ano inteiro, a montadora norte-americana ainda ficou à frente no número de vendas totais.
Embora a empresa tenha alternativas de menor custo para o mercado de elétricos, os valores seguem uma barreira para os brasileiros. Isso impede que os carros da categoria sejam realmente “populares”. No entanto, a tendência é de que, conforme mais montadoras chegam ao Brasil, os preços devem cair gradativamente.