Cães e humanos têm os mesmos sintomas em casos de demência, diz estudo
O melhor amigo do homem tem sintomas semelhantes aos dos seres humanos quando sofre de demência. É o que diz um estudo da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos EUA, publicado na revista Frontiers in Veterinary Science.
Segundo a pesquisa, cães que enfrentam a doença tendem a dormir menos do que aqueles que têm cérebros saudáveis, assim como acontece com as pessoas.
A equipe também descobriu mudanças nas ondas cerebrais de pessoas com demência durante o sono. O distúrbio atingiu, por exemplo, o ator Bruce Willis, que teve seu diagnóstico em fevereiro deste ano.
Segundo os resultados, há uma diminuição das ondas cerebrais lentas que durante o sono profundo sem movimento rápido dos olhos (REM). Além de serem importantes para consolidar a memória, elas indicam que o sistema cerebral está trabalhando na eliminação de resíduos.
A pesquisa analisou 28 cães com idades entre 10 e 16 anos. Um eletroencefalograma (EEG) registrou suas ondas cerebrais durante uma soneca da tarde com duração de duas horas. Além disso, seus donos ainda responderam questionários sobre o comportamento dos bichos.
Os pets, por sua vez, passaram por avaliações em uma série de tarefas de resolução de problemas, memória e atenção, a fim de avaliar a presença de demência canina e possíveis riscos. O resultado mostrou que vinte dos animais já apresentavam certo comprometimento cognitivo, sendo oito deles em nível grave.
A equipe chegou à conclusão de que cães com níveis mais altos de demência demoram mais para adormecer e passam menos tempo adormecidos.
Pesquisadores apontaram que mudanças hábitos de sono são esperadas em cachorros mais velhos e podem ser um prenúncio de declínio na cognição. Em seres humanos, a dificuldade para dormir pode aumentar os riscos do distúrbio. Saiba mais nesta matéria do Giz Brasil. Além disso, cães com pior desempenho em uma tarefa de memória experimentaram um sono REM menos profundo.
Atualmente, a demência ainda é um mal sem cura, seja para humanos ou cachorros. Contudo, a equipe espera acompanhar os animais antes e durante a progressão da síndrome para identificar mudanças precoces que possam prever novos problemas.