Cães podem detectar pessoas com Covid-19 com a mesma eficiência dos testes para diagnóstico convencionais. A conclusão é de uma dupla de pesquisadores dos Estados Unidos. Eles analisaram mais de 170 estudos revisados por pares — publicados em revistas científicas — que testaram a capacidade canina para tal.
“Acreditamos que os cães farejadores merecem seu lugar como metodologia de diagnóstico séria, que pode ser particularmente útil durante pandemias, potencialmente como parte de exames rápidos de saúde em espaços públicos”, disse Tommy Dickey, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, nos Estados Unidos, em comunicado.
Dickey é autor do estudo publicado na última segunda (17), no Journal of Osteopathic Medicine, junto com a pesquisadora Heather Junqueira, CEO da BioScent Inc. – uma empresa especialista no treinamento de cachorros para detecção de alguns tipos de câncer e outras doenças.
A dupla usou 29 dos estudos selecionados para realizar uma análise quantitativa, comparando os resultados caninos aos métodos convencionais de diagnóstico da Covid-19: o teste rápido de antígeno e o teste RT-PCR. Os estudos envolviam mais de 31 mil amostras, 19 raças diferentes de cães e 400 cientistas de 30 países.
Em alguns deles, os animais examinaram amostras de suor, saliva ou urina dos pacientes. Em outros, os cães farejavam as pessoas diretamente, às vezes, em locais públicos, como em unidades de saúde.
Resultados dos cães
Na maioria dos estudos, os cães farejadores demonstraram sensibilidade e especificidade semelhantes ou melhores do que os testes convencionais. Ou seja: puderam detectar corretamente os indivíduos que apresentavam a doença e que não apresentavam a doença.
A revisão não detectou diferenças nos desempenhos dos cães baseadas na raça nem sexo de cada um. Além disso, entre os melhores resultados verificados, destaca-se quatro cães de um estudo que puderam detectar uma quantidade de cópias de RNA viral por mililitro de amostra biológica. Ela é equivalente a uma gota dissolvida em dez piscinas olímpicas e meia.
Os pesquisadores norte-americanos também concluíram que os cães podem detectar Covid-19 em pacientes que apresentam ou não sintomas da doença. Isso inclui diversas variantes da Covid-19 e até com covid longa. Eles podiam fornecer resultados em segundos ou minutos após farejarem uma pessoa ou amostra.
A conclusão da dupla é que os cães treinados estão prontos para aplicações médicas convencionais. “Estamos confiantes de que os cães farejadores serão úteis na detecção de uma ampla variedade de doenças no futuro”, disse Dickey.
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