3 anos de Covid: o Brasil vai chegar a 1 milhão de vítimas fatais?

A pandemia de Covid-19 causou cerca de 700 mil mortes no país. O Giz Brasil contou com auxílio de um matemático para prever a evolução da doença
3 anos de Covid: o Brasil vai chegar a 1 milhão de vítimas fatais?
Imagem: Fusion Medical Animation/Unsplash/Reprodução

A OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou a pandemia de Covid-19 no dia 11 de março de 2020. Três exatos anos se passaram e a doença tirou cerca de 700 mil vidas no Brasil. 

Agora, as vacinas estão disponíveis para a população, o que tem impedido a evolução da infecção para quadros graves em diversos pacientes. Mesmo assim, fica a dúvida: será que um dia o Brasil atingirá o número de 1 milhão de vítimas fatais?

A menos que o vírus seja totalmente erradicado da face da Terra, isso irá acontecer. A boa notícia é que não será tão rápido. 

O Giz Brasil conversou com Osmar Neto, matemático, professor e pesquisador da Universidade Anhembi Morumbi, para criar um modelo epidemiológico que mostrasse o avanço da Covid-19. Segundo o cientista, o Brasil deve atingir 1 milhão de mortes daqui 8 ou 10 anos, a depender de uma série de variáveis. Pode haver uma margem de erro de dois anos para mais ou para menos. 

Previsões sobre a pandemia

Para fazer o cálculo, o cientista levou em conta as taxas de infecção e mortalidade atuais. Esses números são jogados dentro de um modelo, que passa por uma série de equações diferenciais para apontar a física de comportamento do Sars-CoV-2. 

“A partir daí você extrapola as equações para frente e pergunta quando que uma coisa vai acontecer”, explicou Osmar Neto ao Giz Brasil. Em resumo, adiciona-se variáveis que nos ajudam a ter uma noção real do que está acontecendo. 

Uma das principais variáveis é a expectativa de comportamento das pessoas. “Imagina que aumente o número de mortes e casos novamente. Isso faz com que os noticiários comecem a reportar mais a situação, aumentando o medo das pessoas. Consequentemente, elas voltam a se proteger melhor, usando máscaras e evitando aglomerações. E isso leva a uma outra queda da doença”, exemplifica. 

Em seguida, as pessoas relaxam de novo e forma-se um ciclo, que já está sendo acompanhado há três anos. Mas existem outros fatores que podem influenciar esse comportamento já conhecido. 

Pense, por exemplo, nos mandatos presidenciais. O Brasil acabou de passar por uma eleição e enfrentará outra em quatro anos. As medidas tomadas pelo governante diante da crise sanitária podem dizer se o país alcançará 1 milhão de mortes dentro de 8 anos, menos ou mais. 

Prever diferentes tipos de cenários, do mais otimista ao mais pessimista, ajuda os cientistas a terem uma noção maior do comportamento do vírus. Dentro do melhor cenário, as pessoas estariam vacinadas, usariam máscaras e evitariam aglomerações diante do aumento da doença, jogando esse recorde de mortes para daqui 12 anos. 

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Por outro lado, há o pior cenário: novas variantes que apresentam escape a vacina começam a circular no Brasil e a população, já cansada da pandemia, ignora a situação. Os casos voltam a crescer e, em 6 anos, atingimos o pico de 1 milhão.

O tempo de 8 a 10 anos, por sua vez, leva em conta a situação atual. Até o dia 4 de março de 2023, foram registrados 154 novos casos e nenhum óbito por Covid-19. Esperamos que a situação continue estável.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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