Camundongos bêbados ficam sóbrios em instantes com novo medicamento

Medicamento injetável para embriaguez aumenta o estado de alerta no cérebro, fazendo o indivíduo recuperar a consciência e equilíbrio mais rapidamente
Novo medicamento para embriaguez deixa camundongos sóbrios em instantes
Imagem: Gerrie van der Walt/Unsplash/Reprodução

Pesquisadores do UT Southwestern Medical Center, nos EUA, desenvolveram um medicamento injetável capaz de reduzir rapidamente os efeitos da embriaguez ou intoxicação por álcool. O estudo completo foi publicado na revista Cell Metabolism.

O hormônio FGF21, também conhecido como fator de crescimento de fibroblastos 21, é o principal componente do remédio. A substância produzida pelo fígado parece estar relacionada ao aumento do estado de alerta no cérebro. Basicamente, ela combate os efeitos da intoxicação, como sonolência e falta de coordenação, sem alterar a forma como o álcool é decomposto no corpo.

Por enquanto, os cientistas ofereceram a injeção apenas a roedores. Parte dos camundongos testados foram criados em laboratório para não produzir FGF21 naturalmente. Como consequência, eles demoravam mais para recuperar o equilíbrio e corrigir a orientação de seus corpos após beber. 

O contrário ocorreu com aqueles que foram embebedados, mas ainda produziam FGF21 e também receberam uma dose do hormônio. Esses recuperaram a coordenação e a consciência duas vezes mais rápido do que os camundongos que não receberam a injeção.

Funcionamento do FGF21 no organismo

O FGF21 ativa uma parte específica do cérebro chamada locus coeruleus. Essa região produz noradrenalina, um neurotransmissor que regula o estado de alerta e o despertar do sono. O hormônio também parece aumentar a vontade de beber água e diminuir o desejo pelo etanol.

Os humanos podem consumir o álcool diretamente de bebidas, enquanto animais, como os camundongos, ingerem alimentos açucarados que contêm etanol. Isso leva os pesquisadores a acreditar que o FGF21 pode ter evoluído no corpo para controlar a vontade de consumir muito álcool de uma só vez e, consequentemente, proteger o indivíduo de danos hepáticos. 

Em estudos futuros, a equipe pretende explorar as vias neuronais pelas quais o FGF21 exerce seu efeito moderador no organismo. Além disso, a equipe ainda precisa testar o medicamento para embriaguez em humanos, embora os cientistas estejam confiantes de que encontrarão processos parecidos com aqueles vistos nos roedores.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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