Capacidade de galopar veio dos peixes há 472 milhões de anos

Pesquisadores americanos criaram uma árvore genealógica que aponta para o ancestral comum de todos os animais capazes de caminhar usando a marcha assimétrica. Entenda
Galopar
Foto ilustrativa. Imagem: zhengtao tang/Unsplash/Reprodução

O ato de galopar é comumente associado aos cavalos, mas não é exclusivo destes animais. Os humanos e até mesmo os jacarés são capazes de se locomover dessa forma. 

Isso porque o galope não passa de uma marcha assimétrica. Basicamente, essa é uma forma de andar em que o ritmo dos passos é distribuído de forma desigual. Os saltos realizados por coelhos e até mesmo as muletas usadas por anfíbios para se arrastar para fora da água também entram nessa categoria.

Por muito tempo, cientistas acreditaram que os animais haviam herdado a marcha assimétrica dos primeiros mamíferos que andaram sobre a Terra, há 210 milhões de anos. Um estudo publicado no Journal of Experimental Biology mostra que essa concepção pode estar errada.

Os pesquisadores Eric McElroy, do College of Charleston, e Michael Granatosky, do New York Institute of Technology, criaram uma árvore genealógica com 308 espécies de animais. Estavam lá mamíferos, marsupiais, monotremados, répteis, rãs, sapos e peixes que utilizam ou já utilizaram o galope, pulo ou outra marcha assimétrica.

Após uma série de análises, os pesquisadores colocaram os animais dentro de uma escala evolutiva. Assim, chegaram à conclusão de que os primeiros ancestrais a aderirem a esse tipo de caminhada podem ter sido peixes, há 472 milhões de anos. 

Não dá para dizer se os animais estavam galopando, saltando ou usando muletas. De toda forma, eles eram capazes de coordenar assimetricamente seus membros para se impulsionar pelo fundo do mar.

De acordo com os cientistas, todos os animais vivos hoje possuem ancestrais que eram capazes de se mover de forma assimétrica. Porém, muitos perderam essa capacidade ao longo da linha evolutiva, como os elefantes e salamandras.

Provavelmente, esses animais se tornaram grandes ou lentos depois para executar tais movimentos, ou então perderam os nervos necessários para coordenar a marcha.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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