Telegram é usado em esquema de cartões falsos de vacina da Covid
A Agência Aos Fatos identificou um esquema de fraude em cartões de vacinação no SUS (Sistema Único de Saúde). A ação criminosa envolvia uma clínica da rede municipal do Rio de Janeiro e era divulgado livremente no aplicativo de mensagens Telegram.
Além de falsificar dados sobre a vacinação contra a Covid-19, o grupo criminoso conseguiu inserir dados falsos sobre outras vacinas no sistema do SUS.
De acordo com as informações disponíveis, os infratores comercializavam todas as vacinas presentes no Programa Nacional de Imunizações e algumas sazonais, como a vacina contra o H1N1, por preços que variavam entre R$ 200 e R$ 600.
No Telegram, os contratantes dos serviços oferecidos pelo grupo precisavam apenas enviar dados pessoais, como nome completo e CPF, para terem acesso ao cartão de vacinação digital.
Os integrantes do grupo, se condenados, podem pagar multa e pegar de dois a doze anos de prisão, enquanto quem contratou os serviços da quadrilha pode cumprir até seis anos de prisão.
PF deflagra operação de busca e apreensão contra ex-presidente
O esquema descoberto pela Aos Fatos é semelhante à investigação em curso sobre a suposta falsificação no cartão de vacinas do ex-presidente Jair bolsonaro ocorrida antes de sua viagem para os Estados Unidos, em dezembro do ano passado.
A Polícia Federal executou a operação mirando, no total, 16 pessoas na manhã desta quarta-feira (27) em um inquérito que investiga a fraude em comprovantes de vacinação. De acordo com as informações reveladas, pessoas ligadas a Bolsonaro — que também foi alvo da operação, mas não foi detido — inseriram dados falsos no ConecteSUS para obtenção de vantagens pessoais.
As informações indicam que oito pessoas foram beneficiadas ilicitamente com a falsificação dos dados: o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua filha de 12 anos, além de seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid, sua esposa e três filhas.