“Casa Marciana”, que simula moradia de futuros astronautas, é inaugurada na Inglaterra

Estrutura simula habitat de futuros astronautas. Casa Marciana também estimula o debate sobre as crises climáticas e ecológicas aqui na Terra
“Casa Marciana”, que simula moradia de futuros astronautas, é inaugurada na Inglaterra
Imagem: Pearce+/Divulgação

Uma construção reluzente e com formato inusitado tem chamado a atenção de moradores da cidade de Bristol, na Inglaterra. A estrutura – apelidada “Casa Marciana” – faz parte de um projeto artístico que propõe construções mais sustentáveis, além de demonstrar como seria viver em outro planeta.

A casa com dois andares e 53 m² é alimentada por painéis solares e foi projetada para simular um habitat em Marte – podendo enfrentar temperaturas de até – 63° C e níveis altos de radiação solar e cósmica.

O projeto é assinado pelas artistas Ella Good e Nicki Kent, que queriam usar as futuras viagens para o planeta vermelho como uma forma de repensar o futuro da Terra. A ideia é discutir temas como escassez de recursos, economia circular, produção autossustentável de alimentos e formas de reduzir o desperdício.

“Marte é um lugar onde você teria que viver com cuidado e sustentabilidade e, portanto, ajuda a trazer um foco nítido sobre como vivemos hoje”, disse Kent ao site local Bristol Post.

A construção ficou a cargo das empresas britânicas Pearce+ e Hugh Broughton Architects — que já desenvolveram várias estações de pesquisa científica instaladas na Antártida. A Casa Marciana também teve consultoria de cientistas espaciais, além da participação de engenheiros, arquitetos, designers e do público geral.

Interior da Casa Marciana, instalada em Bristol, no Reino Unido.

Interior da Casa Marciana, instalada em Bristol, no Reino Unido. Imagem: Pearce+/Divulgação

“Casa Marciana” abre suas portas

A construção da casa é estimada em 170 mil libras (cerca de R$ 991 mil). A estrutura brilhante do segundo andar, formada por um material inflável revestido de ouro, é leve o suficiente para ser transportada pela superfície marciana.

Em Bristol, o material é inflado e pressurizado com ar. Em Marte, ele poderia ser preenchido com o próprio solo marciano, além de água – para proteger os astronautas dos altos níveis de radiação. No interior, há uma cozinha e uma sala de estar hidropônica, para cercar os ocupantes com plantas e ajudar no relaxamento dos futuros exploradores.

Já o primeiro andar simula uma construção abaixo da superfície, no interior de tubos de lavas que existem em Marte. O nível contém uma sala de controle ambiental, com todos os sistemas de suporte à vida. Também há quartos compactos, chuveiro e até mesmo um “banheiro marciano” – que promete baixo consumo de água.

Conceito de um habitat em Marte e que inspirou a construção da Casa Marciana.

Conceito de habitat em Marte que inspirou a construção da Casa Marciana. Imagem: Pearce+/Divulgação

Recentemente, a casa foi aberta para a visita do público. Na programação, há oficinas, workshops e palestras abordando temas como sustentabilidade, comunidade e futuro.

Em Marte, os futuros astronautas deverão enfrentar recursos escassos, um ambiente com espaço restrito e sem o consumismo visto aqui na Terra.

No vídeo abaixo, é possível conhecer mais detalhes sobre o desenvolvimento do projeto da Casa Marciana:

Hemerson Brandão

Hemerson Brandão

Hemerson é editor e repórter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.

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