Tianwen 1: missão chinesa em Marte recebe prêmio internacional

Pela primeira vez, chineses reuniram orbitador, lander e rover em uma mesma missão e acabaram agraciados com o prêmio. Tianwen 1 explora Marte desde fevereiro de 2021
Tianwen 1: missão chinesa em Marte recebe prêmio internacional
Imagem: CNSA/Divulgação

A equipe da missão chinesa Tianwen 1, que está explorando o planeta Marte, acaba de ser agraciada com o “World Space Award”. O tradicional prêmio reconhece indivíduos ou organizações que demonstraram conquistas, tecnologias ou sucessos na exploração espacial.

O reconhecimento foi feito pela Federação Internacional de Astronáutica (IAF), durante o 73º Congresso Internacional de Astronáutica (IAC) — que ocorreu nesta semana em Paris.

“[A China vem] afirmando-se como um ator fundamental nas áreas de exploração espacial e ciência espacial. Tem sido fascinante ver o avanço do programa espacial chinês e testemunhar seu crescimento e sucesso”, disse a organização em comunicado.

Em 2020, a China já tinha recebido o mesmo prêmio pela missão Chang’e 4, que está atualmente explorando com um rover o lado oculto da Lua.

A missão Tianwen 1 em Marte

Segundo a IAF, a Tianwen 1 foi um testemunho da engenhosidade e das capacidades da China. Pela primeira vez na história, os chineses combinaram em uma única missão marciana uma sonda orbitadora, um módulo de pouso e um rover de superfície (o Zhurong).

Para comparação, os rovers lançados pela NASA viajam até Marte e mergulham diretamente na atmosfera do planeta sem entrar em órbita. Isso torna o procedimento mais arriscado, pois a sonda precisa usar um sistema complexo de paraquedas e retrofoguetes para desacelerar sua alta velocidade de cruzeiro e conseguir fazer um pouso suave em Marte.

No caso dos chineses, a Tianwen 1 entrou primeiro em órbita de Marte, reduzindo a velocidade e circulando o planeta por cerca de três meses – antes do módulo de pouso e rover se separarem do orbitador e iniciarem a descida. Isso permitiu estudar com mais detalhes o local de pouso e tornar a descida mais segura.

Concepção artística do rover Zhurong antes de descer por uma rampa do módulo de pouso. Imagem: CNSA

Concepção artística do rover Zhurong antes de descer por uma rampa do módulo de pouso. Imagem: CNSA

O rover chinês Zhurong – com 240 kg e movido a energia solar – pousou em maio do ano passado em uma região chamada Utopia Planitia. Acredita-se que o local tenha sido o fundo de um antigo oceano marciano.

Atualmente, o rover está em modo de hibernação – de baixo consumo de energia – para que ele suporte o rigoroso inverno de Marte. Segundo o site Space, a expectativa é que ele retome às atividades em dezembro ou janeiro, quando ele passar a receber mais energia solar.

A missão Tianwen 1 é a primeira da China a conseguir pousar com sucesso um rover em Marte. Até então, somente os EUA conseguiram tal feito.

Hemerson Brandão

Hemerson Brandão

Hemerson é editor e repórter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.

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